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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Quando o bacalhau quer....cebola, azeite e forno

 Somos latinos e, como tal, gostamos de beber bem, mas principalmente adoramos um bom petisco. Quem nunca comeu uma boa punheta de bacalhau, bem regada com azeite que atire a primeira espinha.

Ora, todos estamos bem cientes, que a nossa costa é rica em bacalhau e vai daí desde os primórdios que o pescamos, salgamos e melhor que tudo cozinhamos e comemos.

Como somos um país cheio de cozinheiros, em cada tugão existe um especialista, de pano à cintura e colher de pau na mão, ou não tivéssemos derrotado os desgraçados de espanhóis com uma padeira com a sua pá de pão. 

Resolvemos batizar o fiel amigo de mil e uma maneiras, existem para todos os gostos, se não vejamos:

Bacalhau à Zé do Pipo, querem nome mais tuga? Foi inventado pelo zé taberneiro, mais conhecido por Pipo, que olhou para o fiel amigo e disse vou enfiar-te no pipo.

Temos também o bacalhau à Narcisa, nitidamente nome dado pela tia freira, que o confecionou pela primeira vez, num final de tarde, para os lambões dos sobrinhos que vinham da praia do Moledo.

O tão famoso Bacalhau à Gomes de Sá, como todos sabemos o senhor Gomes era um conhecido professor de química, que resolveu fazer uma experiencia refugando cebola e batatas numa aula para demostrar o potencial da acidez do azeite e um aluno virou-se para outro e disse, "oh Sá traz de lá o bacalhau que o Gomes, está de avental" e assim nasce o bacalhau à Gomes de Sá.

E o Bacalhau à Brás? Quem nunca depenicou nas batatas fritas do bacalhau da avó não teve infância. Este bacalhau criado em 1620 pelo Brás, o sapateiro de Monsanto, que à falta azeite juntou ovos e palha ao bacalhau. Mais tarde com o fim da crise e da fome alterou-se a palha pela batata palha. O sapateiro Brás é um antepassado do atual comentador de um tal canal de televisão. Como se vê o gosto por comer palha passou de geração em geração, abençoadinhos!

O Bacalhau Espiritual, como o próprio nome indica, foi inventado no mosteiro de Franciscanos, enquanto andavam na apanha do medronho, só assim se justifica o nome deste prato, ficaram iluminados pelos vapores do fruto, e na hora de preparar mais uma refeição silenciosa pumbas, entre uma reza e outra ao Senhor, sai um bacalhau envolto em cenoura ralada.

Bem meus amores existem mil e uma formas de cozer o bacalhau, não vou desfiar todas aqui, embora devesse, só para vos fazer ler durante o próximo confinamento. Como sou uma pessoa sensata fico por aqui e termino com a historia do Bacalhau com Natas, no fundo quem deu o nome foi o leiteiro da aldeia da Sertã, enquanto ordenhava vacas lembrou-se de usar as natas para dar um toque diferente ao prato. Assim regou a travessa com as natas, fazendo com que o bacalhau ficasse envolto num manto branco, numa alusão clara à orvalhada que tinha caído naquela manhã. Só seculos mais tarde é que estes pratos foram revistos, mantendo os ingredientes principais, mas juntado toques pessoais à coisa.

No fundo o Zé Tuga arranjou forma de ter como prato principal um peixe, que não existe nas nossas águas, pescado a milhas de distancia, se isto não é do mais chique existe, então não sei...qual comer entrecosto ou javali nãa , bacalhau da Noruega meus filhinhos, Noruega, nada de chicharros ou chaputa pescada ao largo de Sesimbra.  

Influencer é isto 


Ps : consegui fugir a polemica do bolinho ou pastel de bacalhau 




terça-feira, 15 de setembro de 2020

E tudo a laranja levou....

 Reza a historia que estávamos no ano da graça 2019, e que do país do sol nascente, terra de Mao, e de uma escadas que se vem do espaço (sempre tiveram a mania estes) surge um bicho sem olhos mas com muitas rastas ( aposto que fuma charros), que deram o nome de coronaVirus, corona de mãe, vírus de pai, que,com ele carrega uma doença, uma tal de Covid-19. Como não é de estranhar rapidamente se transforma num regabofe e surge um pandemia, que nos confina em Março.

Ora é nesta altura em que ficamos em casa,  a vida diária torna-se um BB(big brother) ou um BS(Big sister) Ou um BF(big seca)  sempre melhor que um BS(Big sogra) por isso não se queixem, que estiveram em casa a engordar que nem lontra enquanto trabalhavam. Aqui surge a ideia de eleger o rabo a património da UNESCO, não é um rabo qualquer. 

Vejamos como começa esta bela historia : estamos na época alta da pandemia, altura em todos batiam palmas a janela, outros eram padeiros, faziam massa mãe, trabalhavam de pijama, enfim.. o diabo,aqui a Je, ainda tinha esperança em ir comer leitão a Tocha com um grupo de doidivanas e respectivas famílias, pelo nosso querido mês de agosto, tal não foi possível, lá esta e tudo uma laranja levou. Esta grupeta de gente muito divertida começou a juntar-se na rede do demónio, onde do meio de tanto disparate acabamos por nos cruzar com gente muito boa, assim o João, o Ricardo, o Luís, o Paulo, a Liliana, a Manuela, e eu, lá combinamos um leitão, como surgiu a ideia já nem me lembro,sei que começou a ganhar forma, e no meio de tanto confinamento, pão, vinho a janelas e varandas lá íamos alimentando esta  o bicho para ficar bem gordinho.

Mais tarde e em boa hora, junta-se a Anabela e é aqui que a eleição do Rabo  a património da UNESCO começa a ganhar contornos dignos de um livro.

Um dos interveniente resolveu ter como foto um rabazoilo de porquinho Pepa, com aquele nozinho super fofuxo, ora para um grupo, que se uniu para combinar uma tertúlia de leitão, é a foto ideal. Vai da conversa puxa conversa, um dia diz algo do género" não há rabo melhor" estava dado o mote, para que estas mentes começassem a funcionar em cadeia, logo surgiu a ideia de eleger o rabo a património da UNESCO, em que nós somos a curadoras do mesmo, ele perdeu direito ao seu Rabo, nós decidimos sobre esta espécie preciosa e  rara, pois como património que é, tem de ser preservado. Vai dai ninguém toca, ninguém mexe, porque ver é com os olhinhos e não com os deditos.

Como temos tido muitos visitantes, e alguns pedido extras, estamos seriamente a pensar em colocar o dito numa redoma de acrílico , agora até está na moda devido ao covid, deixamos um buraquinho para introduzirem uma nota de boa aventurança

No fundo aquilo que estamos a fazer aqui é empreendedorismo , agarramos em algo bom e transformamos em algo maravilhoso, ao ponto de o elegermos a património, o próximo passo será a beatificação.

Nunca será antes do nosso leitão, que eu não vou abrir mão do meu porquinho tostado, como uma laranja na boca, enquanto assisto ao magnifico por do sol, ouço o Ricardo a tocar, o Paulo a cantar, nem tão pouco, de poder estar pessoalmente com este queridos, abraçar, e rir, que tantas gargalhadas nos arrancaram.


( qualquer semelhança com a realidade é fruto de da vossa mente que deve estar confinada algum tempo)



quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Cães de loiça quem nunca

 Sempre disse que a moda sou eu que a faço, e a verdade é que nem me tenho saído mal, nunca gostei de andar em carneirada.

Agora que todos deliram com o vitange, já eu vos dava de bandeira com relíquias dos meus avós.

São recordações que para muitos são o "ai korror, que feio", para as influecers da vida, são piquenos pedaços de uma vida passageira sem luz, porque hoje é a cueca da avó que é super bem e chique, como amanhã é uma napa reduzida enfiada nos entre folhos.

Quem não se recorda do naperon em cima do aparador da sala? Onde pousava elegantemente um relógio de madeira, que dava as horas sempre com um estrondoso badalo? Ou o quadro de natureza morta, quem nunca viu um quadro com uma cesta de fruta na parede com cores mortiças, onde predominavam os verdes escuros e vermelhos secos não sabe o que é viver no limiar do medo.

Aqueles almoços intermináveis de família, em que a loiça era toda ela rosa, com os motivos de charretes e árvores, a lembrar aquelas quintas inglesas, da fábrica da loiça de Sacavém, aqueles copos de pé alto com pétalas desenhadas no vidro. E sempre que o telefone tocava, aquele piqueno grande trambolho preto, já sabíamos que alguém se tinha atrasado para o almoço do cozido, como assim atrasados para almoçar cozido da avó...??? enfim tios…. 

Aquilo que outrora foi "fatela"(palavra muito anos 80, é assim sou idosa), hoje está na vanguarda da moda e a preços exorbitantes. Porquê? Porque alguém disse a esses influencers que a coisa afinal se dava mas tinha de ser caro para ser chique, minhas riquezas as casas das nossas avós e mães são todas elas um relicário de coisas boas, antigas e sempre actuais. Se não basta ver os cães de loiça? Onde enfiar um canidio de loiça? Em qualquer canto do quarto junto a uma mesinha adornado com uma Senhorinha, é óptimo para pendurar bikinis, depois de um dia de praia ou colares.

As travessas de servir o cozido ficam bem em qualquer mesa, com tolha aos quadrados de piquenique, que estão a ganhar mofo nas arcas das avós, mas como influencer da vida que são, vão  ao El corte Ingles compram por 70 euros e dizem que são do mais vintage que há, made in china  covid, enquanto a velhinha toalha está impecável mesmo com quase 100 anos de existência e foi feita numa qualquer fabrica de Barcelos com tecido 100% algodão, jaz solitária enquanto suspira sua "cabra saloia".

Nunca reneguem as arcas que as avós tem em casa, são tesouros.

Por isso digo a moda sou eu que a faço e sempre usei as toalhas bordadas pela minha mãe e pelas minhas tias avós, sempre gostei e usei as loiças do Bordalo, sou doida por cestas de vime, das caldas, e da sua loiça também , sempre muito educativa ao nível do intelecto.

Não há nada como uma sacola de pano para ir ao mercado, se a tudo isto juntarmos um pouco do moderno que existe temos uma junção explosiva de bom gosto com cheirinho a boas recordações. 

Esqueçam cabide de pé para pendurar roupa, são feios, frios,  usem os cães de loiça, não há nada mais fofuxo que um cão de loiça.

Diga não ao vintage saloio, a roçar a berjerice, do made in china, quando se olharmos para dentro temos o vintage mai lindo de sempre, os nossos . 

Quem não tem ide a Barcelos , às Caldas, ou a Viana, quiça Évora ou Reguengos, que lá encontram coisas bem giraças, e deixe Vila Real Santo António para os espanhóis, sempre tiveram péssimo gosto. 




sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Só faltou Bola de Berlim


Reza a história que corria o ano 2020, tinha acabado de chegar da Serra Nevada, final de Fevereiro e fazíamos planos para as férias. Em Maio íamos à Alemanha comer salsichas, acabei por comer cozido à portuguesa cá em casa, por sinal bem bom, e no fundo é quase igual.


Falava dos planos, ora a ideia era levar os fatos de banho até Cabanas de Tavira para apanharem um ar diferente, acabei por ir bater com os ossos ao Alentejo. Três semanas que tinham tudo para correr menos bem e que acabaram por ser as minhas Cabanas de Tavira.

A casa era dos avós do Miguel e resolvemos transformar num cantinho mimoso, comprámos coisas essenciais, para podermos passar tantos dias ali, isto é bebidas, está dado o mote para que tudo corresse menos mal.

Eis que está tudo alinhavado para umas ferias a 4, sim o meu patudo também foi obviamente.

Deitar-me à meia noite com o estupor do galo a cantar, o animal andava desvairado, teve a dois passos de acabar na panela, a sorte dele foi eu não descobrir onde era o loft dele. Era à meia noite, às duas da manhã, às quatro, enfim o bicho estava possuído pelo demo, até as cinco da tarde ele cantava. 

Quem nunca acordou às 7 da manhã com a buzina da carrinha do peixe? ou do pão do Ciborro? o máximo que conseguem é ter alguém a berrar da praia olha a bolinha quentinha do sol.

Enquanto vocês andam a lambuzarem-se (seus lambões) com bolas de Berlim de Nutela, Alfarroba e afins na praia, aqui a menina recebe ovos de coderniz dos vizinhos, tomates e couves, chorem agora de inveja. sabem lá o que é estrelar um ovinho daqueles para o Brunch do meio dia, após unas horitas a dar um tom dourado à pele.


Este ano mais um elemento se juntou a família, o furação Marty, el Rey. Pois querem férias sossegadas, monótonas, sem um pingo de emoção, no género viver no limite ou no fio da navalha, não adoptem um cão louco, ou melhor não tenham cães ponto, deixem-se ficar nessa vidinha.


 Ele era buracos debaixo das laranjeiras, terra para o quintal dos vizinhos era mato, e sim temos muro, mas o que é isso para um rei? vai tudo à frente. Foi um tal de inspeccionar a qualidade do tomatal, tal foi a quantidade de tomates que esta besta comia por dia, que pensei em mudar-lhe o nome para compal , passo a publicidade do mesmo, que ainda por cima não me pagam um centavo.

Parecia um furação F5, sempre que se abria a porta do quintal a nuvem de pó que aquele pequeno pónei levantava do ar, estava capaz de fechar o espaços aéreo a nível europeu.

Como podem ver foi uma animação, principalmente quando a fera acha que pode por as patas em cima da mesa e roubar uma salsicha acabada de grelhar, que falta de noção do patudo... 


Houve também aqueles momentos que pensamos, são meios mortiços , estamos sentados a ler um livro ao sol, a beber aquela bebida fresca e quando dás por ela o teu cão está a comer o marcador do teu livro. Ou simplesmente estamos a beber um café nas chávenas que foram da nossa avó, têm mais de 100 anos, e olha em frente e tens o patudo no quintal do vizinho aliviar a bexiga, quase que me salta a centenária chávena da mão, soltei um impropério cabeludo e lá salto o muro para ir buscar o explorador.



O meu pequeno ermita, aparecia para almoçar, jantar, lá muito de vez enquando ia até a piscina, das 18 h as 20 h ,loucura de vida atarefada do moço, veio estafado...

No fundo este covid do demónio tirou-me muita coisa, entre elas o convívio com quem mais amo e gosto, tirou-me os sonhos, mas jamais me tirou o sorriso e alegria, do pouco se fez muito. E como não sou garota para baixar braços, matei saudades com videoconferências e transformei uma pequena casa algures no Alentejo, um lugar único, cheio de magia, numa pequena ilha paradisíaca, só faltou mesmo a bola de Berlim.








sábado, 8 de agosto de 2020

Quando a escolha pende em usar ou não gel

 

Em período de férias surge mais um webinar do demo, roupinha fofinha de ciclista.

Ora todos sabemos que nem só de selim vive o atleta, existe toda uma parafernália de roupas pomposas a escolher. Entre camisolas de alças à macho, tipo anos 70, à simples camisola com fecho até á testa.

Depois temos os chapéus ou bonés, os óculos, ciclista que seja ciclista tem de usar o belo do oclé  fashion, de preferência com aquela cor amarelo-torrado ou um azulão, a ideia é mesmo não ir contra um camião carregado de tomates, devido ao encadeamento. Não esquecer as luvas, sim por mais Adónis que sejam, mentalizem que vão atrombar e as luvas vão ser a vossa tábua de salvação para não ficarem com as mãos tipo chagas

Depois temos a parte da calcita, ora toda a vida de um ciclista se rege pela proteção dos entre folhos. Assunto delicado devido à zona ser adepta de criar assaduras, de fazer chorar um qualquer búfalo das savanas africanas.

Como podem ver, todo o tema se prende, não com a camisola, mas sim com a calça ideal para andar quilómetros com um espigão enfiado entre o rabo e os tubos seminíferos (ide ao Google ver o significado)

Aqui existe a lycra (Lycra e gajo na mesma frase… Enfim é o que temos) com esponja, acreditem é muito giro (na realidade não é), mas ao fim de 100 metros vocês já estão a pensar cortar pulsos.

Se deixarem de ser preguiçosos e andarem um pouco mais à frente nas lojas, vem que existe um calção, cuja proteção das assaduras e do vosso rabo real, é um pouco mais dura é feito de um material sintético, não faço ideia do que seja feito, apenas gostei das cores, ide ver, não posso fazer a papinha toda, vocês também tem de fazer alguma coisa.

Por fim, e no meu entender o melhor de todos é a lycra com forro em gel, lá está algo muito másculo, este gel tem memoria, e adapta-se a vossa forma, isto é ao vosso rabo e, meus queridos os vosso entre folhos vão agradecer. Este calção vai fazer com que parece estarem sentados a guiar um panamera, e não uma bicicleta, com um cestinho no guiador, sim porque nesta era da tecnologia, a malta tem de levar telemóvel, pau de selfie, umas sandes de presunto pata negra, com queijo da serra, e uma cevada.

Obviamente que está escolha é com vossemecês, podem sempre escolher não usar de todo e ficam livres de tamanho drama. 

A seguir há que escolher o espigão, vulgo selim, aconselho que estes também sejam de gel, porque meus amores, andar novo vão ter, assaduras também, daquelas que têm de barrar com halibut às colheradas.

Não julguem isto sexista,porque não é, nós as moças, também andamos em cima do selim, a diferença é que somos muito mais praticas na escolha da farpela, em que tudo tem de bater com tudo 

Por isso boas escolhas, só vos vai ficar mais fashion, porque bonitos lamento nem todos foram bafejados por Deus nosso Senhor.


Um agradecimento ao Rebeubeu pelas sugestões.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

O Fio dental que não serve, para limpar dentes, mas pode ser util ao dente...

Surgiu uma duvida sobre o famoso fio dental,vai dai, eu como sou uma criatura muito pró activa, resolvi, na hora, fazer um webinar da coisa.
Ora isto do fio dental não é tema fácil, pode gerar alguma confusão e kiça uma piquena polémica. Como não sou dada a virar o cabelo a um desafio, vesti uma lantejoula, calcei um salto 7cm e aqui estou para desmistificar o próprio do fio.

Aqui entenda-se fio dental, não é o dos dentes, mas serve para usar no dente (mas isso é outro tema outro webinar )

Existem por este mundo, repleto de covid, variadíssimas cuecas, todas com a mesma função, todos sabem que função é,  logo não me alongo,  até porque o tema é a própria da cueca e não a funcionalidade. ...

Comecemos então pelas cuecas da avó 
Aqui este pedaço de pano, do tamanho de uma toalha de mesa,  servia para tapar tudooo, aqueles rabos monstros das avós e todo o tufo envolvente. Hoje em dia as lojas fizeram uma roupagem, onde se apresentam um cuecão que vem ate ao suvaco e aparece recortado na zona traseira, tecido com uma rendas, cetim, não me convenceu de qualquer das forma. Ainda existem as verdadeiras cuecas da avó,  mas por Deus, deixem isso para as vossas sogras.

Seguimos pela asa delta, cueca inspiradas naqueles pequenos objectos voadores em que vamos todos esticados. Ora este pequeno pedaço de tecido deixa as nádegas semi desnudas, dá aquele ar elegante a qualquer rabo, no entanto rapaz, em vocês não é aconselhável,  mas cada um sabe de si.

Há também a cuecas slip, uma cueca curta, ao nível do baixo ventre (tendo em conta, que já não estamos na idade das trevas, logo já não existem adeptos de tufos). Este slip também é conhecido por amparar o rabinho. Não é tão sexy, como a asa delta, mas se optarem pelo modelos de renda ou seda, tem potêncial para levantar poeira,

Temos também o boxer, cueca em forma de calção, mais decotada na zona traseiras, aqui meus queridos arrisco tudo nas rendas no cos e o resto seda. Esta cuecas foram criadas para brilhar, num qualquer rabinho, bem um qualquer também não, convenhamos que um pele e osso, sem chicha este tipo de pano não cai tão bem, como por exemplo cai uma asa delta.


Chegamos finalmente ao tal fio, ora de dominado pelo nome Fio Dental, devido a ter tido a sua inspiração no já famoso fio dental, que é usado para limpar a dentuça, devido a sua fina espessura, consegue entrar entre os dentinhos, ora a nossa cueca fio dental,  também ele tem um fio em forma de V, sendo que o v fica na parte de cima do rabo, apoiado na pele, e o fio entre as nádegas. Esta peça de lingerie tem um pequeno tecido na frente, por norma adornado com pequenos apontamentos de renda ou bordado inglês. Eu acho,  na minha modesta opinião que uma renda de bilros ou kiça um bordado de Arraiolos dava um ar elegância a esse pequeno pedaço de roupa,  que tantas vezes é mal interpretado.
Esta cueca é muito importante, em certos momentos, nomeadamente aqueles jantares ou festas em que os vestidos contornam o corpo.
É também muito frequente ser usado como biniki, acho bem,  se é para bronzear então que seja em condições. Como já se devem ter apercebido esta cueca, deixa as nádegas à vista.
Não se julge que este tipo de lingerie é só para as mulheres, longe disso,  também existe em versão masculina, aqui a renda é substituída por padrões másculos como camuflados, ou tigress dando ilusão de caçador de javalis.

No fundo o que realmente interessa aqui,  não é o tipo de cueca que se usa,  mas saber altura em que se usa, e tirar todo o partido de todo o potencial desta lingerie,que inspira e faz suspirar seres desde a pré história.







segunda-feira, 13 de julho de 2020

Afinal não eram Lulinhas

Vai que fui ás compras, sim uma pessoa tem de comer e vai daí inicia toda uma aventura até ao supermercado.
Ele é máscara, álcool gel, creme hidratante das mãos, quase que fico tentada a levar um escafandro para ver se o fdp do vírus não se aproxima.
Sacola de pano ao ombro, sim uma pena, é chique e ecológica, reutiliza sacos e até tem sacos de pano giríssimos e lá vou eu. São gincanas, atrás de gincanas, para me desviar das pessoas que teimam atravessar-se à minha frente com os carrinhos e cestinhos e raio os parta....
Queria lulas e lá fui à ala dos congelados e tirei dois sacos de Lulinhas pequenas da marca Bico do mar, feliz e encantada compro cerveja, vinho , queijo e tenho as compras feitas depois de pagar rumo a casa.

Pois aqui começa o drama, o Marty, a minha fera pequena apanha-me de costas e zás quando dou por ela está a degustar um queijo da serra da estrela, a lamber a beiçola e bigodes, queijo esse que era para o petisco do fim de tarde... Bem comeu o queijo, mas os chouriços assados e presunto nem lhe tocou, lida criatura de 4 patas, foi na nossa vez de nos lambuzarmos todos.

Voltamos às benditas lulas, após descongelarem, vai que começo a lavar e a água ficou preta, pensei "credo, não costuma ficar assim" mas continuava na minha, um verdadeiro calhau com olhos. Após umas 4 lavagens começo a separar os olhos, tentáculos para alguns, olhinhos para mim, e eis que se fez luz, qual Arcanjos e Anjos descidos na minha cozinha entoando trompetes, as lulinhas afinal eram chocos, raios e coriscos, saíram impropérios da minha boca e fui ver os sacos, pensando que para variar me tinha enganado, mas não, dizia mesmo Lulinhas pequenas, ora lulas ou lulinhas não são chocos ou choquinhos, carai, mas também o que é que eu estava à espera de uma marca cujo o nome começa por Bico??? isto tinha tudo para não correr bem, falo em termos gastronómicos.
Entretanto já toda eu estou numa luta com os chocos e a tinta, toda a minha cozinha é um grafite de fazer chorar qualquer grunho que teima em pintar os eléctricos da carris, tal é a minha arte.
Entra o pequeno selvagem e diz:
- Eish oh mãe o que é que aconteceu?
- Fui eu que comprei lulinhas e afinal são chocos e com tinta, e agora é este espectáculo que vês.
- Epá os homens estão a dar tudo na tatuagem e já largam a tinta, e saiu a rir à gargalhada. 

Aqui homens era referência aos chocos.

Ao fim de algum tempo ganhei a luta aos maganos, tirei-lhes a tinta toda e panela com eles, no meio de alhinho e chalotas cortadas, ganhei a luta é um facto, mas tive toda uma bancada para limpar.

As minha lulinhas, afinal eram machos alfas,  



quarta-feira, 24 de junho de 2020

Marty , El rei

Envolto numa tarde de nevoeiro, eis que surge montado no seu cavalo branco, El Rei Dom Sebastião, o mesmo quer dizer o meu cão Marty, ele próprio, um cavalo de 4 meses, não veio a cavalo, não dá pela graça Sebastião, porque cá em casa ninguém gostou do nome.

A Fera (como é carinhosamente apelidada por mim) chegou do canil, num dia de vento e sol, é um 4 patas alucinado, deve ter sido por isso que me apaixonei por ele, existia ali uma ligação já com esta família tresloucada, não fazia ideia que ia ser um cão grande, mas assim parece, o meu pequeno cavalo vai crescer, pelo seu apetite voraz por elementos da natureza vulgo relva, paus, pedra, folhas e até árvores, tudo indica que tenho um vegan em casa

 Agora que tenho mais um membro na família , dou-me conta que existe toda uma parafernália de coisas para o patudo, mas o que me impressiona mesmo é a comunidade canina, é todo um novo mundo, ora eu já tinha o grupo da comunidades runner, onde tenho imensos amigos com A grande, tenho a comunidade do leitão, que aguardamos dias sem covid para por em prática essa arte de ferrar o dente no bicho de pele tostada e laranja na boca. E agora tenho a comunidade canina, onde o centro das atenções são mesmo os patudos, não deixa de ser giro os encontros às 7 da manhã. Aqui choro a bom chorar, eu era menina de gostar do quentinho da minha almofada, agora tenho a vida virada de pernas para o ar e acordo às 6.30 da manhã para ir apanhar cocós...

Como se isto não fosse o suficiente, temos a roupa, sim filhinhos, a roupa, que isto de vestir um corsário branco para depois ir passear o pequeno nunca podia resultar bem e quem diz branco, diz de vestido, ora onde é que raio levo os saquinhos do cocó? as chaves de casa, o álcool gel? os biscoitos para lhe dar como prémio por fazer o xixi e os cocós na árvore?

Sim, que isto de passear patudos em tempos pandémicos tem arte. Agora consigo entender, ou melhor tentar, o porquê de certas pessoas passearem os seus patudos de pijama, na rua, em pantufas. Jamais me apanharão nessa ratoeira, posso ir de jeans, mas sempre com um toque de elegância. 

 

Por isso, neste momento tenho a roupa de runner, de trail runner, de paddel, roupa de praia, e a gora roupa de passear o cão, fdx. Melhor outfitt é sem dúvida uns jeans e um top, juntamos umas sapatilhas e siga, não esquecer a máscara, obviamente.

Hoje fomos ao veterinário, vesti um macacão com bolsos, não foi uma má escolha, mas se os bolsos fossem mais profundos tinha sido melhor, mas vá escapou. Como podem ver isto não está a ser fácil, a par de ensinar a Fera a andar ao meu lado e não a puxar por mim como se eu fosse um boneco de trapos, explicar que o xixi é na árvore e não na roda da minha bicicleta, que os cocós também é na rua e não entre resguardos, tenho esta coisa de ter de me preocupar com a roupa que tem de ter bolsos.... se isto não é o fim do mundo então não sei.


 

 

No meio disto tenho uns vestidos lindos por estrear e só volto ao escritório a 17 agosto, vou continuar em tele trabalho, depois vou de férias e quando voltar então sim volto ao meu lugar físico, peço que o tempo se mantenha assim bom, para ainda ter tempo de estrear os meus vestidos. Sim, que isto de andar a trabalhar em casa pode ser muito bom, mas eu gosto de usar as minhas roupinhas.

 

 

 



segunda-feira, 25 de maio de 2020

46 anos do melhor bolo de chocolate do Mundo, mas em as camadas

Decorria o ano da graça 1973, quando às 12.30 do dia 31 do 12, nascia uma princesa, de tez clara, lábio perfeitos e rosados, diz quem viu que que sorriu ao 2º dia, detentora de um coração enorme, amiga do seu amigo do qual jamais irá abrir mão.
Quis o destino que essa princesa, hoje intitulada de besta fofinha, mas besta, vivesse momentos únicos que jamais irá esquecer, mas que embirra solenemente com as pessoas que complicam a pedir um café, pois café é café, ou que acham que pastel de bacalhau é um bolinho, pff ou que ainda criticam por comer um nata com colher, tenham juízo, mas há lá coisa melhor? (Estou obviamente a falar de mim).

Se não, olhamos um pouco a trás neste filme que já leva 46 anos, os quais quis festejar com o melhor bolo de chocolate do mundo, junto dos meus amigos, tarefa que nem sempre é possível devido a data de merda e ao mesmo tempo especial em que nasci, como podem ver há aqui desde logo uma contradição.

Quando fiz 40 anos sonhei com um aniversario brutal, digno da data que era, pois deixem que vos diga, foi a pior festa que tive, que merda de aniversario, lá está sonho sempre com muito, ou melhor sonhava, nesse dia pensei "sempre aqui a tentar agradar a todos e eu?".
Agora festejo sim, como quero e organizado por mim, tem corrido lindamente.

Bem, mas falávamos do melhor bolo de chocolate do mundo que são as muitas peripécias, saltamos para aos 11 anos em que levar com um carocha pela fronha adentro, quando saía do colégio,é algo que não calha a todos. E a culpa foi de quem? Vocês gritam histéricos do automóvel, não filhos, da minha irmã, atravessa-me a estrada sem dizer nada, vai daí vou ter com ela e zás dou por mim a bater com o meu lindo cesto de verga no carro, de seguida entro eu por ele a dentro, no fundo quis ver de perto a qualidade dos estofos.
Disto fiz um pequeno lenho na cabeça de onde saiu metade do meu juízo, resultado cabeça rapada só de um lado, nova moda punk, 11 pontos numa cicatriz em forma de quarto crescente (chique), um joelho que passou a meteorologista, nunca me falha, o que é óptimo na escolha da roupa no meu dia a dia.

Uns anos mais tarde, na aldeia dos meus avós, andava eu aos pulos em cima dos muros, tão típico em mim, mesmo com 18 anos como era o caso, e dou um tralho monumental. Quem conhece bem as aldeias transmontanas, nomeadamente na zona de Mirandela, sabe que os muros são feitos de socalcos de xisto, pedra em cima de pedra, elas aguentam bem assim, só não aguentam é uma pernilonga de 18 anos, que se esqueceu que às vezes existem piquenos buracos entre as pedras, vai daí pumbas, corpinho danone em cima das silvas das amoras.
Toda eu era manchas das amoras, rasgos nas pernas, gargalhadas dos meus primos, estúpidos obviamente, fui retirada dali por um pastor que me pegou ao colo, eu até silvas tinha no meu cabelo, para verem a figura. Chegámos tarde a casa dos avós, eu naquele estado lastimável e a minha mãe diz: "Não sabem que na casa dos avós se janta as 19h30?"
eu : "Desculpe, caí e fiquei assim"
mãe: "Vão lavar as mão e mesa, Catarina troca de roupa e escova o cabelo, por Deus" quem nunca levou uma reprimenda da mãe, que atire o primeiro xisto ao seu próprio olho.

Uns bons anos mais tarde numas, férias no Carvoeiro, vou abrir a porta do terraço para ir para a piscina e cai-me em cima da cabeça uma daquelas chaminés algarvias que fazem de cadeireiro, para quem não conhece imaginem uma telha do telhado, foi basicamente isso que aconteceu levei com aquele barro branco em cima, só sei que em Julho descobri que estava grávida. É que nem vale a pena dizerem o contrário, ninguém me tira da cabeça, que houve ali uma conjugação de astros, nunca confiem totalmente e olhem com muita desconfiança para aqueles candeeiros lindos, mas muito demoníacos.

Se isto não é de ir as lágrimas, o mesmo já não acontece quando em Junho 2017, no tradicional fim de semana com amigos na Gestosa, em Castanheira de Pêra, enquanto passamos o dia da praia das Rocas, sem saber que dali a umas horas íamos viver o  maior pesadelo das nossas vidas. Temperatura acima dos 40, trovoada seca, vários focos de incêndios pelas serras, nada nos fazia sonhar com uma das maiores tragédias que há memoria no país.
Estávamos sem rede, nem ligámos, achámos normal, ouvíamos expulsões ao longe, associámos sempre a pequenos barracões no meio da floresta, onde as pessoas guardam as suas alfaias, os meus amigos resolvem arrancar para a aldeia deles, que fica a 40 km dali, muito contra a nossa vontade, pois havia fogo à nossa volta e não estávamos confortáveis com eles a fazerem a viagem com os miúdos serra adentro. Teimosos arrancaram, combinámos que ás 23h íamos ao cimo da aldeia para ligar, naquela altura já só era o sitio onde tínhamos rede. Obviamente já não conseguimos mais falar com eles pois as comunicações foram todas abaixo. O resto bem o resto foi sair da aldeia em chamas em direção a Castanheira, erro enorme, sem sabermos que as explosões ouvidas horas antes mais não eram que os carros naquela nacional, que ficava apenas a 3 km. Só perto da meia noite é que nos lembramos "não temos comunicações mas temos carro e carro tem rádio" e foi assim que no porta da GNR, onde ficaram os miúdos enquanto tentávamos saber dos nosso amigos que ficaram na aldeia, já rodeados de fogo, soubemos da tragédia.
O nosso pensamento foi literalmente: foda-se, estamos sem comunicações, a nossa última publicação na redes foi por volta das 17h00 com imagens do fogo, isto está a dar nas televisões, temos de conseguir contactar Lisboa. Ao ouvir as noticias o Francisco só dizia em pânico que não queria morrer como se fosse um frango no churrasco, o meu pequeno Gui aflito sem saber dos pais e dos avós que ficaram para trás, só dizia vocês ficam comigo não ficam? A cabeça a mil, a gerir emoções e a pensar na família e amigos quem não sabiam se estávamos bem. Consegui que um chinês me emprestasse o telefone, não quis que lhe pagasse a chamada, liguei para casa da minha mãe, da minha sogra, num minuto disse que estávamos sem rede, rodeados de fogo sem poder sair, mas estamos bem. Menti com todos os dentes, estávamos tudo menos bem,  apavorados, era um cenário de guerra aquele onde estávamos, com relatos de mortes a chegar, com fagulhas a cair do céu, todos nós éramos cinza. Sobrevivemos é um facto, mas as marcas daquela noite nunca vão ser apagadas da nossa memória.

E agora uma pandemia, se isto não é um bolo de chocolate em camadas não sei o que vos diga.
Mas uma coisa é certa, por mais camadas que este bolo tenha, será sempre o melhor bolo de chocolate do mundo, porque é o meu e raios e coriscos se eu não vou ter uma festa bem porreira pelos 50 anos, só não incluo piscina de espumas porque é coisa para fazer mazelas nos brônquios, afinal é no inverno e os convivas já não irão para novos.
Além do mais, depois disto tão cedo não quero ouvir falar em covid, ou coronas ou o camandro

Só em bolo de chocolate em camadas que espero possam crescer até aos 100.


terça-feira, 19 de maio de 2020

Quando o melhor ainda pode estar para vir

Não há coisas boas nesta coisa do confinamento, lamento já dei 10 voltas à casa e não encontrei uma única coisa boa nisto, mas encontrei a caneta da tabuleta que andava perdida, uma bola de ping pong debaixo do armário, enfim... um mundo, no entanto coisas boas nada, por isso não venham com larachas dessas.

Não havendo nada de bom, não significa que seja tudo um mar de horror, não. Na realidade não é por andar sempre a caminho da cozinha a fazer bolos, tartes e afins que o torna mau, só nos torna mais gordos, mas os gordos são fofinhos, por isso aqui já está uma coisa boa.
Outra coisa bem porreira foram os directos do Nogueira, bem que delicia, uma lufada de boa disposição das 23h00 à 1 da manhã, numa altura de grande stress interior houve esta alminha que se lembrou de fazer algo para aliviar o próprio stress e o nosso também, só não conseguiu mandar o covid de "cona", porque há sempre uns conichas por ai neste mundo que se acham o melhor lá da aldeia e empesta tudo de bicho, porquê? porque é um conichas.. mas adiante.

Ouvi dizer que esta coisa das redes, um mundo cheio de lontras, arrisco a dizer abrunhos, que bem esmiuçado encontras gente com quem partilhas o confinamento em forma de escrita, onde as conversas cruzadas são do mais hilariantes possível (atenção é para esmiuçar bem, eu diria espremer tudo como se faz com a laranja naquelas máquinas de sumo natural), no meio disto acabas por ter uma mão cheia de encontros. Calma que não vai sair sirunba alguma (aposto que muitos bem queriam, são uns lambões), isto são alguns anos aqui e lá pelo meio já nos vamos conhecendo e estabelecemos pontos de referencia sobre os quais eu não me vou responsabilizar, pois vai ser um "querido, eu deitei o restaurante abaixo", ou "querido, eu perdi o abdominal de tanto rir".

Como sou uma pessoa que preza o anonimato dei cognomes a todos estes queridos que ao longo destes dias se juntaram neste mar de parvoíce, brindes, risos, até partilhas de receitas e juntos tornaram esta coisa estranha de estar fechado dentro da própria habitação um pouco mais leve e com grau de alcoolemia elevado.

Então temos a Dinastia Cheio:

 A cabeça surge na ida a uma vila feudal, onde nada faltará, confesso que estou a espera de ver por lá os saltimbancos animar e trovadores a cantar. Logo à cabeça temos o Dom. Berlineta também conhecido pelo pinguças, cognome dado carinhosamente pela Dama das Camélias enquanto ouviam trovas do andaime, juntamos o Visconde Trail, o Burguês Arábico, o Capelão cantor, a Viscondessa  do Douro. Aqui vamos degustar um manjar que inclui um bicho com uma laranja na boca, ou será maçã? Bem não sei o importante mesmo é eu comer o peito, o gajo até pode ter uma Manga sabe lá Deus onde, e acompanharemos com água pura das nascentes aquelas que têm parras nas margens, não interessa se são mono casta ou não, o importante é estar CHEIO

Depois vem a dinastia, a coisa vai rolar de qualquer forma:

Onde temos a nossa Alfa Romeu, a minha kika que sempre me acompanharam na luta feroz por não andar o dia todo de pijama, café combinadissimo, pós confinamento que temos de ajudar a restauração, junto o menino da cartola, de humor peculiar uma alegria pura.
Entre tantos outros tenho a Serra Nevada, miúda nortenha sem medo de dar o peito às balas que quando for ás neves faço questão de lá ir beber um café. Há o Voluntário que já conheço à algum tempo e a cerveja esta marcada tal como o strudell. Existe a Pintinhas 🐞sempre mimosa
Não faltou o melhor Sunset do mundo, by rede social, eram, sois aos magotes de vários pontos do país, do mundo, pois minha gente porque onde está um português juntam-se logo dois ou três, que nós não somos de casa meia cheia. Variadíssimos copos cheios de nectares e lá celebrávamos mais uma sexta feira, o famoso dia de soltar a franga, a chegada de mais um fim de semana louco como todos os outros em casa...


O que têm estas dinastias em comum? Apenas uma coisa, fazemos parte de um pequeno mundo onde coabitamos com outros mundos dentro dos mundos, perceberam? não? eu também não mas achei que ficava uma coisa bonita cheia de filosofia, e acaba por cair sempre bem num blog.

O hilariante vai ser descobrir, é como vamos fazer para comer e beber com aquele pedaço de pano na boca, vai daí assolou-me esta ideia maravilhosa, vamos estar 1.5 metros afastados, mas podíamos fazer um piqueno furo da máscara e começamos a beber o café, o vinho o que vier, por uma palhinha, mas não é uma palhinha qualquer, uma ecológica, no fundo vamos todos ser uns influencers e vamos acabar a fazer vários unboxing adaptando a palhinha, se isto não é desde já uma ideia vencedora, então vocês não percebem nada de influencers na rede, bem mas isso também não é novidade alguma....
O comer vai ser algo que irá implicar perícia manual, vá essas mentes porcas já a dançar o vira, é apenas tentar enviar a pata do bicho entre a boca sem sujar a mascar.

Por isso vos digo confinados, o melhor? opha esse ainda está para vir...






sábado, 16 de maio de 2020

Fui comer um croissant, e virei Ulisses

Ir ás compras hoje em dia é uma verdadeira aventura, arrisco a ir mais longe e afirmo é toda uma odisseia ou, no meu caso, uma tragédia grego/romana.
Após uma semana cinzenta, de chuva, (até nisto o nosso S,Pedro ajuda, a malta está em teletrabalho em casa, então toma lá com tempo igual a Dezembro, para não teres ideias, veste um casaquinho e trabalha sem pensares ai e tal que sol lindo e eu aqui a enviar email). Resolvi sair, sábado de manhã e lá vamos nós dar uma volta por Lisboa.
Começa logo aqui a saga, mala levo ou não? o covid anda em todo o lado , é melhor levar uma clutch. O Miguel pergunta;" já tens o álcool gel na carteira? Que sacos queres levar para as compras", como que sacos?? quero uns sacos, não interessa quais.
Portanto temos tudo, ah porra a mascara, e lá vamos nós quais guerreiros prontos para esguichar alcool gel pelas fuças do covid.
Chego à Av. da Liberdade máscara na fucinheira, e começo a descer, ou melhor a desfilar qual marchante em direcção aos Restauradores, vazia , silencio, se neste caminho me cruzei com 3 pessoas foi muito.

No Rossio lá havia mais pessoinhas, aqui filhinhos começa a saga das mascarilhas, sendo assim temos :
A Máscara pensante- é aquela máscara que é usada na testa, um sinal claro de pessoa inteligente quiça um ser pensante, usada aqui por algumas pessoas mas ainda com pouca aceitação

A Máscara pochete - é aquela máscara usada no pulso ou entre os dedos, qual malinha de baile, o publico alvo aqui são as pitas.

A Máscara bandolete- não é mais que usar a máscara em modo multifunção, tipo as impressoras, ora está na cara, ora está a segurar a franja, a malta das obras aposta tudo neste tipo.

A Máscara pinguça- é aquela que deixa a penca , vulgo nariz, de fora, muito usual na população mais idosa

Máscara Airbag-  Sem duvida a minha favorita,  aquela que é usada nos queixos, como protector do mesmo, em bom rigor nunca sabemos se vem algum almariado em direcção ao carro e nada como protecção de airbag nos queixos, como nome diz, está é muito comum entre os condutores

E por fim a Máscara gola- não é mais que usar a máscara no pescoço, como uma gola, ou um cachecol, não vá fazer um fresco e ficarem com um covid espetado na maça de Adão, este tipo de peça é muito usada por quem fuma ou vai beber um café ou uma jola.

Hoje, no meu passeio matinal vi isto tudo, fiquei logo maravilhada, este novo mundo é motivo de uma análise mais profunda.

Entretanto estava um pouco atrasada já não fui à Guerra Junqueiro, passo por lá durante a semana, e arranquei para o Continente, não ia a essa superfície há mais de 2 meses, maldita hora que voltei.
Estava eu agarrada às cervejas e a puta da máscara rebenta.. presa numa só orelha larguei o saco no outro ombro do Miguel e sai logo daquele sitio, senti que por segundos era só covids à minha volta.
Vou para a fila da Wells, com a cara tapada com o vestido, isto estava ser digno de um filme de terror, a senhora da frente deu-me passagem. Imagino a minha cara de pânico, pois a assistente da farmácia passou-me à frente das outras pessoas e deu-me uma máscara social , toma lá 3€50, usei álcool gel e lá coloquei a dita, voltei a respirar, confesso que já estava em apneia, a hiperventilar mesmo, paguei e lá sai para ir ajudar o desgraçado com as compras.
Como não ajeitei a máscara, além de ter a cara magra e pequena já tinha a máscara enfiada no olho esquerdo, malta juro que vi covids a fazer a festa, primeiro foram uns minutos sem máscara num sitio fechado, se não entraram uns 10.000 covid pelas narinas adentro não sei não... agora digam lá se isto não é toda uma odisseia de Ulisses na minha vida?

Não tecer comentários sobre o nariz de Ulisses, todos sabemos que 
existem efeitos secundários do corona 
No meio disto consegui comer o croissant, no O Melhor Croissant da Minha Rua, Nutela para o Miguel, leitão para mim


Isto nem para coser meias esta bom...

A pessoa tenta colocar uma linha na agulha, e já não passa sem por os óculos, e pensa porra, não esta mesmo de feição. Sendo assim vamos lá ...