Número total de visualizações de páginas

Mostrar mensagens com a etiqueta pandemia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta pandemia. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 2 de março de 2021

Um ano de Covid, parabéns meu puto

Parece que foi ontem, que saía para dançar, que assistia à abertura do novo ano chinês em plena Alameda e, mal sabia ou podia imaginar, que uma semana depois íamos ficar todos fechados em casa, devido à Peste. Pois é o Corona (o vírus, não a cerveja) é bebé, faz um ano, parabéns meu puto, tiveste um ano em grande minha besta, isso é que foi.

Tinha comprado bilhetes para ir assistir à peça "A peça que dá para o torto" (e deu mesmo para o torto, estou até hoje à espera para assistir à bem dita peça) e na minha já tão famosa positividade levou-me ao casino de Lisboa para proceder à alteração da peça para 16 Maio, ainda sorri e disse isto daqui a um mês já passou.. exato passou tanto que um ano depois olhamos para trás e a nossa cara não deixa transparecer sorrisos.

E aqui chegámos muitos de nós (infelizmente muitos sucumbiram á peste) um ano depois, em forma de balanço, a pensar o que mudou? Nada filhinhos, não mudou nada.

Na minha ingenuidade ainda pensei, ah vamos sair pessoas melhores, não, não saímos, pelo contrário acho que a estupidez cresceu a um nível gritante, que assusta pensar, porra esta gente deambula por ai à solta, é quase tão mau como a peste mas é o que temos e haja saudinha para os enfiar novamente dentro da gaveta.

"Ah e tal kiki não sejas tão negativa, aconteceram coisa boas", é verdade sim senhor, dediquei-me com alma e corpo à cozinha, passei a abraçar mais o meu fogão que os meus amigos. Descobri uma Aljubarrota dentro do Miguel, não, não ficou tipo colher de pau, mas abraçou a profissão de padeiro.

Mas o leitão ficou adiado mais um ano e assim sendo passámos para reunião zoom uma boa noite de conversa, que vamos repetir em breve, reunião marcada não pela noite eleitoral, mas pelo meu cabelo de bruxa.

Recordo as palminhas e o "vamos ficar todos bem", não criaturas, não vamos ficar todos bem, sabem porque? porque simplesmente o tempo parou em março de 2020 e este tempo não o vamos recuperar...

E assim sendo, vamos descortinar um pouco este aniversário, mais um sem festa da grossa.

Num ano confinámos e desconfinámos à bruta, foi mesmo sem vaselina que a urgência da coisa não deu para barrar, resultado  Covid 1 Tugão-0

Num ano em que as praias tinham limite de pessoas, por um lado foi bom , odeio pessoas coladas aos meus pés como se comungássemos todos da mesma gamela, não pessoas, a ideia é estar a gozar a praia, o mar e não olhar em frente e ver o mocotó de alguém completamente desconhecido quase a vazar uma vista (aqui está uma coisa positiva). 

Num ano, passámos a falar à janela com os familiares, deixámos de abraçar, beijar e o tão famoso cotovelo deixou de ter dor, para passar a ser o nosso contacto mais próximo.

Num ano, os aniversários foram festejados em Zoom, yheaaaa que maravilha, bem na realidade é uma bela merda, mas é o que temos. 

Num ano passámos a usar máscara, mais um acessório, se não saio de casa sem brincos, pois que não saio sem máscara, parecemos os asiáticos, mas no fundo os gajos é que a sabem toda, ai não.... está visto que a ideia  de comer aquelas comidas ia dar cocó, se fossem ocidentais a coisa seria uma gastroenterite severa, mas como tem a mania que são grandes vai de libertar vírus do demónio á bruta, covid-1 humanidade-0

Num ano passámos a não ter aquele fim de semana, aquela sensação de sexta ao final do dia, tipo  chegou finalmente, todos os dias passaram a ser sextas, sábados, domingos. O tele trabalho afastou-nos dos nossos gabinetes.

Um ano passou e para muitos o dress code passou a ser pijama, reuniões em fato treino, o uso da pantufa passou a ser um habitué, quem nunca, numa reunião só vestia uma camisa e por baixo estava de calção ou aquela calça de pijama de flanela?

Entrou na rotina o desinfetar os sapatos antes de entrar em casa, ou simplesmente deixar os mesmos na zona contaminada.

Assim num ano, foi nos pedido, solicitado, pelo conde da DGS que trocássemos, compotas à varanda ou no pátio do prédio, em troca devolvemos milhares de novos contactos cheios de covid e atirámos com a esperança num tugão melhor e mais responsável para a pocilga. E assim entrámos em 2021 com mais mortos que em anos de guerra colonial, com filas de ambulâncias à porta dos hospitais, ahh Fdx nós nunca desiludimos, até ficavam ceguinhos se não tivessem festas de fim de ano ou um natal a enfardar em família, essa rebeldia, levou a que este ano uns quantos milhares não vão ter familiares para desejar Feliz Natal. Covid-2 tugão-0

E assim num ano posso dizer vai tudo ficar bem, é maze o caralhinho, porque a crise que vamos ter, o desemprego que isto vai gerar, vai ser enorme, mas lá estas somos fortes e uns vão pagar mais uma vez o erro de muitos, que ainda acham que isto é só uma gripezita, #tamajuntosasalvaropaís

Por incrível que possa parecer num ano as minhas mãos já beberam mais álcool que eu em 47 anos.

Olho para a linha do horizonte com esperança, o covid com a vacina vai de c@n@ e já vejo ali 2022 a piscar -me o olho, o malandro sabe que tenho uma crush por ele, porque vai ser o ano em que vou voltar a viajar, vai ser o ano do leitão, ( bitoque para duas meninas, que nós somos pessoas respeitadoras de liberdades), o Luis já me avisou que nas dunas convém ter algum cuidado, pois por vezes há por lá uma poias, para para assistir ao pôr do sol, eu encaro fácil uma boa poia.

Vai ser o ano em que vou estar com os meus amigos e família sem medos, mas acima de tudo vai ser o ano dos abraços e beijos.

Até lá é continuar online ligadinho à corrente e ter a garrafeira sempre atestadita.

1 ano de Peste 



segunda-feira, 23 de março de 2020

As (des)Vantagens do Isolamento social

Dias depois de ter sido declarado o estado de emergência, onde muitos de nós já nos encontramos, confinados às nossas habitações em modo tele trabalho, tele cozinha, tele limpeza, tele filhos, tele tudo...
Quantos de nós já olharam com amor para as janelas dos vossos apartamentos? Calma não é (ainda) para se atirarem dela abaixo, mas sim porque viram uma dedada... nessa altura os vossos cabelos até se encaracolaram de nerves, horas a limpar os raios dos vidros e agora uma dedada?! QUEM FOI O DESGRAÇADO?
A demência, meus caros, vai chegar mais depressa do que julgamos, eu olho para as minhas divisões todas arrumadinhas e penso eu vou matar o próprio do COVID.
E para os que diziam "vamos ter mais tempo livre para ler, ver filmes.." só vos digo, com todo o devido respeito que me merecem, ide, mas ide bem rápido.
Tempo para ler? Vontade de rir, aqui a criatura levanta o rabo cedo, vai para o duche, veste uma roupinha, sim nesta casa está totalmente proibido o uso do pijama, porra isolados já é mau o suficiente (#diznãoaopijama), penteio estes longos cabelos que já gritam por um cabeleireiro, mas vão ter de aguentar forte e feio, que eu também não vou para a esplanada beber café, toma o pequeno almoço e começa a trabalhar. Ele é e-mail, ele é telefones a tocar, ele é videoconferencias, até à hora do almoço é toda uma alucinação. Vou fazer o almoço, enquanto como ainda tenho tempo para atender chamadas de trabalho, bebo café e volto a sentar-me no escritório. Só aqui vejam a quantidade de exercício em prol de uma barriguinha sexy sentada no escritório, a seguir sentada à mesa, depois sento-me na varanda a beber café  e volto a sentar-me no escritório, se isto não é dar tudo no glúteo, então não sei.
Após mais uma tarde de trabalho, que devia terminar numa situação normal as 18h vá 18.30, em época pandémica está a terminar as 19h00 ou 19.30. Vou fazer exercício físico, sim não posso sair para correr, estou a dar em louca, mas corro no meu quarto, faço abominais, flexões, até padel eu já joguei no corredor (RIP jarra), vá não me julguem ,uma pessoa tem de manter a hastgag #Atéaoverãoficoboazona.
Depois é jantar e começar a ronda de encontros sociais, ora das redes sociais, a minha preferida é a rede do demónio, há por lá gente por quem nutro um carinho especial. Nesta altura acabamos por nos ajudar uns aos outros com piadas parvas, e combinamos almoços de leitão. O bom desta coisa do Covid (se é que existe algo de bom nesta merda) é que acabamos por encontrar outras formas de estar com os amigos e durante a noite lá saem conversas online onde vemos a fronhas uns dos outros,ou de pijama, ou de fato de treino, outros a comer, outros a beber (sem duvida os meus preferidos) ele é falar de tudo e de nada, é jogar aos países online, fazer desenhos para os outros adivinharem, enfim... só ontem estive metida em 5 grupos diferentes, uma canseira vocês sabem lá...
A somar a isto tudo ainda há o pequeno selvagem enfiado  no seu covil, vulgo quarto, onde estuda, fala com os professores que lhes ligam, a directora de turma liga todos os dia para saber como estão, ou a falar com os colegas até as 2 da manhã, é uma rotina totalmente diferente, deixou de ir ao remo, mas faz todos os dias 40km na bicicleta estática, diz que tem de se manter activo.
Depois temos o Miguel, igualmente em casa igualmente a trabalhar, e quando lhe digo um pouco triste e irritada a minha pele esta a precisar de apanhar ar e sol responde a sorrir "mete a cabeça de fora da janela", se isto não é motivo para eu enfiar já os papeis para o divórcio, não sei não....
Eu que queria tanto um cão e que já convenci estes dois, aparece este magano do Covid, para me atrasar a coisa, se tivesse o meu Britinho sempre podia ir passear, vou ter de esperar mais uma pouco.
Isto filhinhos, é um Big Brother da vida real, e ninguém nos disse como havemos de lidar com isto, mas uma coisa vos digo, eu descobri como se leva isto na boa... vinho meus amigos vinho, a minha garrafeira tem levado um desbaste que nem vos digo, e olhem que nós nem bebemos muito.. ou melhor ainda não bebemos, mas o isolamento vai continuar e o futuro só a Deus pertence...
Portanto quando me dizem Vamos todos ficar bem.
Eu respondo: E bêbados, e solteiros e dementes mas vivos.

Não é fácil, por algum motivo quando nascemos nos dão uma palmada no rabo e nós metem a chorar, fónix segundos de vida, mal respiramos, nem os olhos abrimos e já estamos num berreiro, porque levamos uma galheta no rabazoilo. Se isto não é um sinal que as coisa não são fáceis então andamos todos a dormir.
Por isso apesar de não ser fácil , temos de fazer com que seja menos doloroso.. e nada como o sorriso, os amigos, mesmo aqueles que vamos ganhado nas redes, são virtuais sim mas são de carne e osso e estão a passar o mesmo que nós e no fundo alguns já os consideramos nossos amigos.
Sorriam e já sabem:
Fiquem em casa!
Vamos todos ficar bem e bem bêbados.


Isto nem para coser meias esta bom...

A pessoa tenta colocar uma linha na agulha, e já não passa sem por os óculos, e pensa porra, não esta mesmo de feição. Sendo assim vamos lá ...