Tal como prometi, consegui ir esquiar sem vazar uma vista a ninguém. Não julguem que foi com uma perna atrás das costas (na realidade nem era possível, precisava de ambas firmes nos skis), porque andar em cima daquelas laminas, oh bailhamedeus é uma loucura.
Chegado o grande dia, lá fomos de manhã cedo subir a serra, estava calor em Granada, pensei lá em cima esta frio (estava nada). Chegados à Serra Nevada já estava um mundo de gente (e quando falo um mundo de gente era mesmo um mundo de gente), não estava frio algum.
Aqui começou o drama da roupa, tirar a roupa civil e vestir a roupa supostamente preparada para o frio, mas estava muito calor, ele é calças, t-shirt, 2ª camada, 3ª camada, ahh não, nem pensar, com este tempo não uso esta coisa quente (foi o melhor que fiz). Casaco, luvas, botas e pronto, passado quase uma hora, estás toda equipada, tipo boneco michelin, para ires fazer aquela figura ridícula.
Dei uma volta pela vila para ver as vistas e fui buscar o equipamento. Aqui começou o primeiro drama, ora vamos lá saber que botas são aquelas?? Que peso monstro nos meus pés, logo ali fiquei com um andar que me recuso comentar, basta vocês saberem que pesam muito e apertam a perna.
Tudo pronto, monstros do demónio na pés, skis na mão, ligo à professora que diz "olá, estou á sua espera na escola, pode subir", subir?? Como subir?? Então mas tenho de ir de teleférico? Começou aqui o drama 2, eu tenho pavor de alturas, já andei no teleférico da Expo, durante a exposição umas 2 vezes, a suar em bica e agora tinha de entrar novamente numa cabine, pior, tinha de entrar dentro de uma cabine com aquelas botas e aquele andar, tinha tudo para quem viesse a trás de mim soltasse uma gargalha.
Lá subimos no cestinho e fomos ter com a professora para dar inicio à aula. O miúdo calça os skis e começa logo andar, parecia ele que andava sempre de skis (até irrita tanta desenvoltura).
As primeiras noções básicas, até aqui tudo perfeito, quer dizer quase tudo, estava muito calor (abençoei a minha teimosia em não ter vestido a 3ª camada) e lá começamos a deslizar (pensei fácil, isto afinal não é assim tão difícil, depois senti o peso da p$%& das botas).
O Miguel foi o primeiro a sentir o quanto a neve é fofinha, depois desenvolveu uma atracção física tão grande que passava a vida no chão, se aquilo não foi amor a primeira queda, não sei não.
O miúdo lá andava para cima para baixo, de costas, já me irritava tanta destreza...
As duas alminhas não puseram protector solar, tudo muito macho (palavra fofinha para parvos), o calor era muito, claro que com aquela pele de princesa estavam a ficar tipo cor de bêbado.
O uso do capacete é sempre uma mais valia pois as pranchas na nossa cabeça é coisa para fazer um galo, o calor era imenso (porra, a malta vai em Fevereiro para a neve, a 2.700 metros de altitude, não é suposto estarem mais de 20 graus, aquilo era trocar tudo pelo bikini).
Chegou altura de fazer o triângulo ou a cunha, como é conhecido. Começo a treinar e ouço a professora "Catarina abra as pernas, abra as pernas", oh diacho, assim à bruta sem um café primeiro, como assim abra as pernas, daqui a pouco estou a fazer a espargata, a ideia não é andar em pontas mas sim nos skis, olhei para trás e lá estava o Miguel de cu na neve, é o que eu digo o homem ficou apaixonado pela braquinha, estava sempre pronto a dar-lhe um miminho.
Estava pronta para começar aventura de esquiar, lá fui para a pista e começo a descer, sem bastões, a professora tirou-me os bastões (oh cum carai, então esta quer ver se eu vou ao charco? não fui ah haja paizinho mas dominei bem os skis). Subir no tapete e voltar a descer, desta vez com os bastões, corpo inclinado para a frente e siga. Estava na altura de seguir para outra pista, aqui pensei ai bailhame todos os santinhos, isto vai doer tanto, que vou ficar com este meu rabo todo dorido. Bem, na realidade, custou, era uma pista mais técnica e tentei ir devagar, o tentar é mesmo uma figura de estilo, tentem lá descer uma montanha de neve sem travões? ahh pois filhinhos, aqui entra a cunha e a tal abertura de pernas, digamos que fazemos uma figura nada recomendada, mas também enfiada naqueles trambolhos de roupa o que esperavam?
Efectivamente consegui não cair e não vazar a vista a ninguém, mas lixei o joelho ao desviar-me de uma miúda pequena que se atravessou a minha frente e cai, pensei f$%#& vou passar a garota a ferro, ou melhor estava preste a espetar um ski na testa da garota, consegui desviar-me, mas como sou toda descoordenada o joelho foi para a direita, quando todo o corpo virou a esquerda, bem que se lixe não acertei com o meu peso de búfalo da miúda, nem era um dia feliz na neve sem um pequena aventura.
O Miguel com tanta queda já tinha encostado às boxes, eu e o pequeno lá andávamos para cima e para baixo até chegar o momento de voltar a descer no cestinho até a vila, entregar o equipamento e passar pela vergonha de não conseguir descalçar aquelas coisa. Foi espectacular e bonito ter um matulão a tentar tirar estes pés de ogre dentro das botas.
Ressalvo o cheiro a churros de chocolate que emana pela vila, mas nós somos portugueses e fomos para as tapas de presunto e queijo ibérico.
Se gostei? epha como vos dizer isto.... adorei, lá em cima não pensas em nada, bem pensas em não cair, ou em não fazeres um lanho na testa alguém com aqueles laminas.
Se vamos voltar? humm, já esta a ser marcado, obviamente que vamos voltar e mais dias.
Ficam aqui pequenos laivos de pura parvoíce, embrulhado em queijo amanteigado com, presunto em lascas de Figos pingo de mel. Pelo prazer de escrever Pode acontecer "Conversas de um Cão" no intervalo, dos laivos de parvoíce, não em figos com queijo mas embrulhados em biscoitos e bacon
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nem tenho palavras, apenas pelo facto de ainda me estar a rir!
ResponderEliminarnão leves a mal, a ler só me parecia que estavas tu aqui mesmo ao lado a fazer a voz de narrador.
adoro te miúda Kiss Kiss d uma bela abertura de pernas
Jamais ficaria aborrecia com qualquer comentário, muito menos comentários de Amigos com A grande. Ainda bem que gostaste, a ideia é mesmo essa que pareça que estou ao lado a narrar a historia. Kiss my dear Friend Caricas
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