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sábado, 16 de agosto de 2025

Diz que são ferias

 O dia, a altura, mais aguardada do ano chega finalmente, não envolta em purpurinas ou foguetes ( até porque nesta altura é de todo proibido, devido ao perigo de incêndio), mas em cimento, não chegou com a toalha de praia, mas veio com o rolo de pintura, a espátula, e toda uma parafernália de ferramentas, que no fundo é quase a mesma coisa e se olharmos bem, tem todo um glamour,  menos os parafuso de madeira, raios aparta a e esse piqueno utensílio que é difícil de achar.


No entanto o dia tão esperado chega e seguimos forte, para casa da avó Flor, é todo uma mundo de malas e a mesma conversa , "é preciso isso tudo?" porrr favor... claro que é preciso tudo , nunca sabemos o que nos pode apetecer vestir, após um dia em modo trolha. Ora bem só as coisas de sua Alteza Real Marty Manuel, são mais que muitas, ele são as bolas, ele é as pelúcias ( sim plural levo sempre mais que uma, ora se eu nunca sei se quero o vestir o vestido azul, ou o laranja, ou se quero apenas um calção com um top, o cão pode também não lhe apetecer arrancar a cabeça ao hipopótamo, quer estrafegar o abutre), é a comida, os biscoitos, as taças de comida, enfim é toda uma mala de viagem. Entre roupas de praia\ piscina, há a roupa para sair, ainda temos de contra com o material lúdico, entre jogos, raquetes, roupa para correr,( este ano nem viram a luz do dia, ou saía as 5 da manha para correr ou jogar padel, ou teria de ser pôs ceia, ou seja a 23h, porque filhinhos Alentejo em pleno verão é pior que o inferno, é aquele sitio que o diabo sai bate com a porta e diz, estão entregues a vocês, que isto é demais para mim) temos todo um equipamento de obras para levar, ao que se junta os portáteis , porque ferias é mesmo só no mapa para entregar na entidade laboral, há email que não podem ficar sem resposta, se me faz cair uma falange, não,  a tudo isto junto sempre os meu livros, porque ferias sem livros não são ferias, se há coisa que não pode faltar são livros, o que me fez pensar este ano, adquirir  aqueles pequenos quadros eletrónicos.  Assim em vez de ir carregada de tanto livro, e sim leio quase todos, levava aquela maquina com os livros carregados lá dentro, mas está coisa do vintage estar na moda, eu ser ainda  muito livro em  papel, pois  gosto de sublinhar , gosto muito folhear as folhas, sim tudo grita avó eu sei, mas ao menos é uma avó em bom. Bem vou pensar no assunto, até porque na realidade num piscar de olhos estamos no Natal.

Chegados ao destino, e é tirar toda a tralha do carro, de certeza que os vizinhos quando nos veem chegar dizem "é desta que se  mudaram, estamos lixados."

 Assim do nada, dou por mim a por mão a obra, porque assim que piso aquela terra, baixa em mim todo um bob o construtor, Fica difícil assim separar a menina do trolha. E dizem vocês, trolha? não usa unhas dos pés pintadas? ..e quê? e porque não usar? calma, porque há limites, trolha mas com glamour. E Não vamos entrar por caminhos apertados que depois não conseguem sair, podem ficar igual ao prego que preguei da parede, torto, mas o prato não caiu, comigo Jesus Cristo tinha tido mais sorte.



E no auge do calor de julho corria o ano do 2025, dou comigo a picar paredes,  essa árdua tarefa que me fez inalar uma quantidade de pó, que não tem explicação. Se isto não é o empoderamento da mulher, então não sei. Ela picou, ela acimentou, ela pintou, ela envernizou, e  nos intervalos apanha sol na piscina porque há mínimos olímpicos , no fundo tirei ferias este ano para aplicar o ODS 5.


Aquela velha maxima, vou de ferias para descansar, eu faltei a essa aula e não pedi os apontamentos, assim atirei-me de cabeça para toda uma atividade lúdica, se podia ter escolhido fazer macramé? sem duvida, mas em bom rigor  assumi todo um trolha dentro de mim, assim  continuo sem saber fazer macramé, mas se não tentem debater comigo tamanhos de parafusos ou tipo de brocas, que nestas ferias tirei uma pós graduação.

Mas se julgam que foi só tintas e verniz, desengane-se porque houve lugar a boa comida, gargalhadas com amigos, li muito, e ainda fui presenteada com por do sol únicos porque o Alentejo é tão certo termos umas cores únicas, como   a cada esquina dizermos "atão, isso hoje vai ou não" 




 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Alface com tudo, ou tudo com alface

Férias significa tudo a comer saladas à brutinha (aquela velha máxima de que andas um ano inteiro a mamar gelados, a beber gin's em festarolas com amigos, a comer que nem uma lontra, e chegas ao verão e é só saladinhas para seres fit, resumindo boa ao longe, porque ao perto tens no fundo interior bom) e é aqui que que o prato se vira todo, porque não é só uma salada, há toda uma arte que envolve este simples manjar, se não vejamos começamos logo pela alface e a forma de cortar a dita, assim:

- Podemos rasgar alface, nome estranho, mas o que não é estranho no vocabulário culinário português? Rasgamos as folhas de forma simples ou grosseira, como se estivéssemos a rasgar folhas de papel, se quiserem ter ritmo é por aquela musica orelhuda a tocar " dá-me um grrrr! Um quê? Um grrr, Dá-me um grrr" e assim a cada grrr rasgam toda uma alface.

- Ou quiçá cortar em Juliana (mas quem é que inventa os nomes... Juliana ela é sopa, ela é alface ela é uma pequena couve) e de repente estás a migar tanto a alface que parece que estas a esquartejar a pobre da Juliana, seja ela quem for.



E se já aqui ficamos com pouca vontade de lançar a faca às folhas verdes, eis se não quando surgem os nomes, meus amigos agora ele é alface Americana, alface Iceberg, alface Romana, alface Mimosa, a Crespa, a Lisa, a Roxa, a alface Friseé (deve ser francesa pelo nome) e a própria  alface do Lidl (esta coitada ainda não se definiu). Cada vez que vamos comprar uma alface até se me treme o olhinho, não vá a sra D. Maria da frutaria me perguntar  "Alface? mas que alface menina?"

Uma alface, aquela verdura fofucha, rechonchudinha , com folhas verdinhas e salpicadas de água, que tantas angustias nos davam em criança quando as avós nos impingiam a saladinha para acompanhar qualquer prato, tudo servia, e com sorte até com a sopa lá vinha uma alface na sua respectiva salada acompanhar. Para quê complicar o que é fácil? Alface é sinónimo de hortaliça verde farfalhuda, parem de inventar, não esta na moda o vintage? Ótimo vamos aplicar isso às hortaliças, sob pena de cada vez que uma pessoa vá às compras criar toda um indecisão na hora de escolher a dita, e acabar por trazer aquelas pré-lavadas sem alma , só para não ter nenhum ataque de ansiedade.


E quando finalmente, já temos a alface, o nosso produto Rei das saladinha fit de verão, chegam os ingredientes que vão fazer todo um ramalhete. Um dia é de atum e ovo cozido, outro é salmão fumado, com uma gamba também vai muito bem, depois carregam num molho de cocktail e estragam tudo, (criaturas temperem com azeite, vinagre balsâmico italiano, podem também usar mel que fica sempre bem ou mesmo mostarda, sumo de limão, não é preciso inventar muito na molhanga), noutro dia vai de melão com presunto, acresce pepino, ou pimentos assados, uma azeitona cai sempre bem, nozes ou pinhão (que compramos depois de vender um rim) e uma pitada de cebola frita, para quem como eu não é grande apreciador de cebola crua, um requeijão ou uma piquena bola de mozarela de búfala, podemos ainda juntar umas folhas de rúcula ou de repolho roxo, não pode pode faltar cenoura e claro tomates. E agora perguntam vossemecês e bem, tomate? Que tipo de tomates? Esse será para todo uma dissertação que com jeitinho ainda sai em forma de uma tese de mestrado. Com uma pitada de orégãos, podem juntar uns quadradinhos de queijo feta, ou coentro picadinhos para quem for aventureiro no sabor.  

Contudo, não subvalorizem o poder de uns cuscuz numa salada, seja ela com tiras de frango, milho e uns quadrados de ananás ou melancia, ou com lascas de bacalhau ou polvo a lagareiro 

E quando chega aquele sábado quente de agosto, onde já se sente aquele vento de nortada, e os amigos invadem a casa , e juntam-se todos os ingredientes para uma jantarada, vai de fazer uma saladinha à bulhão pato, vá não sejam descrentes e não neguem à partida uma ciência que desconhecem, porque cozinhar é uma arte, cozinhar  não é mais que  uma forma de amor, que não se explica, saboreia-se nos pratos ou se forem uns lambões quando até os deditos lambem.

Em bom rigor a salada pode ser sempre a rainha da mesa




Há mar e mar , há setembro até acabar

O mês por excelência das ferias de verão termina, num fim de semana farrusco e fresco, como se adivinhasse que setembro estava a bater a por...