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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Passaram bandos de pardais a solta

Entro no quarto vazio, tênis desarrumados,  em cima do piano jaz as calças, o camisolão com a manga a  descaída como que a pedir ajuda para se erguer,  a roupa passada que fica esquecida em  cima da cômoda dias, vejo uma garrafa de agua que ficou esquecida, começo logo a ter tremeliques na vista e apoderasse de mim um valente foda-se, depois penso vou sentir saudades disto, vou ter saudades de quase ir de fuças ao chão derivado de uma bola mal arrumada, ou ver o Marty a correr com uma meia na boca , porque achaste que o citio ideal para ela era na cadeira.

Neste que é  ultimo ano Eng Biomédica, vais fazer um curso Alemanha e resolves soltar napal, que provavelmente o mestrado era fora , como assim fora? como assim saíres daqui , tão pequenino? Como ousas, ainda ontem gatinhavas de cueiros  

Eu já sabia que ele não ia ficar por cá, agora  vir da Alemanha, com estas ideias de ir mais cedinho é que a idosa não estava a espera 

Não temos como travar esta debandada, parecem bandos de pardais a solta, como canta o poeta, o nosso país é muito bom a dar educação é uma merda em pagar bem.

Ao comentar com uma amiga ela disse " eles não são nosso, são do mundo" porra , são do mundo mas quem o pariu fui eu, são do mundo, mas quem ficava noites em branco devido as infeções respiratórias era eu e o pai. Eles são do mundo mas sou eu que sei como gosta de fazer legos, eles não são nosso, o mundo vem cá e leva-os para outra aventuras outras conquistas.

Estamos a perder quadros altamente qualificados, simplesmente porque não temos governantes com tomates para dizer basta, enquanto os preços das casa estiver proibitivo, aos nossos bolsos, enquanto só uma elite conseguir morar nas cidades, vamos continuar a enviar estes cérebros embora.

Sempre o incentivei a ir, sei que é aventureiro, sei que é ambicioso que quer fazer historia, mas também sei que é piquena criatura bondosa, honesta , amigo do seu amigo, sei que dentro dele há aquele escuteiro destemido, olho para ele com o seu bigode e vejo o menino que aos 4 anos disse " quero ser cientista, e vou fazer uma maquina para transplantar cérebros e curara as doenças "

Hoje quase a fazer 21, olhei para o quarto desarrumado , vazio porque estás a fazer umas mini ferias merecidas, e penso vou ter saudades de ver isto bunker assim, mas soltei o meu foda-se interior quando tropecei numa bola de tênis fora da caixa, e olhei para as camisolas em cima do piano.

A verdade é que a minha amiga disse  o que eu sabia há muito, eles não são nossos, são do mundo

Por isso vai e voa criatura pequena, meu pequeno Einstein, porque o mundo é vosso e ele esta ai ao virar da esquina a vossa espera para ser conquistado, agora tenta ser mais arrumadito, 

Eles vão e só voltam das ferias grandes, eles vão e não voltam e Portugal não quer combater isto, eles vão e nós vamos deixa-los no aeroporto de sorriso no rosto que esconde as lagrimas das saudades , as lagrimas que quem sabe que a vida vai continuar num outro país qualquer 

São como bandos de pardais a solta, os putos, os putos 







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