Número total de visualizações de páginas

sábado, 30 de dezembro de 2023

loading 5.0 .....

E assim, do nada, chego à minha versão não só melhorada, como em bom mesmo.



Esta atualização para os 5.0, transporta tudo o que de bom e de mau tive, mas feitas as contas, feito o somatório e os balanços todos, posso afiançar, sem olhar para trás que o resultado é positivo.

Podia dizer venham mais 50, mas não vos desejo assim tanto mal, uma kiki a viver até aos 100 é de pôr metade do mundo a fugir para as montanhas, pensando bem espero andar por cá muitos, mas muitos mais anos.



Em 50 anos vivi uma revolução, quer dizer eu tinha 4 meses, por isso anda mais de volta das primeira sopas. Assisti ao verão quente de 75, isso não foi pelo facto de andar tudo às cambalhotas, mas porque nesse agosto nasceu a minha irmã, e na realidade foi um verão quente. 

Soube da morte do então PM Sá Carneiro, uma maçada pois estava ano colégio e a visita de estudo foi cancelada, estas coisas marcam uma infância. 

A minha irmã ganha como presente o ursinho Misha dos jogos olímpicos e eu um carrinho e o Snoopy com jeans e um hoodie vermelho, sempre tive prioridades diferentes.

Usava Sanjo, e tive uns ténis LA Gear, olhando hoje eram tão feios, mas tão feios, mas vá estávamos nos anos 80, usei galochas colibri e kispo amarelo, tal como saias de fazenda escocesa com presilhas, não vamos tecer comentários pois continuamos nos anos 80. As calças de bombazina com as golas altas eram um miminho, onde as cores fortes fariam um cego ver.

O muro de Berlim cai, a Rússia elege um presidente que tem tatuado na testa América sul e dá-se o fim da Guerra fria e a aproximação deste dois grandes búfalos mundiais (EUA e Rússia).

Entramos da CEE, enquanto assistíamos aos desenhos animados do Vasco Granja, ao agora escolha, vinha a correr do colégio para assistir ao Dragon Ball, ou ao Sport Billy, Brinquei com a Bota Botilde já para não falar dos meus tênis com o desenho dessa bota, o ultimo grito da moda (não vamos comentar).

Íamos ao Jardim Zoológico e um elefante tocava o sino por amendoins e as tardes de domingo eram passadas no Inatel a assistir a jogos de ténis ou no campo grande andar de bicicleta.

Crescemos e ninguém nos prepara para temos como primeiro ministro um tal de Cavaco, como um mal nunca vem só, a ministra da educação era Manuel Ferreira Leite, fomos uma geração rasca, levei com o cacete nas manifestações estudantis.

Pelo caminho tivemos uma expo 98, sob o tema dos oceanos a nossa mascote era o Gil, lá esta Gil Eanes, o gajo que que dobrou o cabo Bojador, nós sempre fomos bons a dobrar merdas e ser originais nos nomes.

Entramos no Euro e mandamos o escudo à vida dele, com isto conseguimos a proeza de dobrar o preço de todas as coisas, menos do nossos ordenados.

Organizamos o Europeu de futebol, onde fomos à final e com uma saída épica de Alcochete. Anos mais tarde ganhámos o europeu de futebol, com um golo de Éder frente a França, nada nos podia ter dado mais gosto que ganhar a França, todos cantámos e foi o Éder que os F"#$".

Entre tantas outras coisa assisti em direto a guerra do golfo, se dizíamos que seria o fim da loucura , não foi só o inicio e o mundo vira por completo e entra numa espiral de loucura.

Caso e acabo a noite no casino do Estoril com os meus amigos a jogar nas maquinetas, foda-se tentem fazer melhor que isto. Dias depois uns loucos atiram com aviões contra as torres gêmeas, o medo e a loucura instalam-se no mundo, dá-se nova viragem no mundo como o conhecíamos, nada fica igual.

Em 2003 cumpro um dos meus maiores sonhos, sou mãe, de um bebé lindo, que teve tanta pressa em vir conhecer o mundo que nasceu mais cedo, nem deu tempo aos seus papás para preparem bem as coisinhas, chega assim ao mundo o meu amor maior, tão pequenino que quase cabia na palma da mão do pai. 

As bolhas financeiras instalaram-se, as crises sucedem-se em catadupa, o FMI entra á bruta nas nossas vidas, quando nos começamos a erguer levamos com um vírus maléfico, vindo da China no focinho, o mundo pára, ficamos fechados, confinados à nossa bolha familiar, desatamos a fazer pão, bolos em casa, a consumir vinho, ganhamos um habito parvo de bater palmas a janela.

O mundo começa finalmente a abrir, a Rússia revolve invadir a Ucrânia, estavam com vontade de brincar, mal estávamos a sair de uma crise financeira e aqueles gorilas já estavam a criar mais merdas.


Nasci no ultimo dia do ano, a melhor colheita 1973, e posso afirmar que tive entre altos e baixos os melhores 50 anos de sempre, olhando para trás talvez alterasse uma ou duas coisa, mas não muito mais

Conheci pessoas maravilhosas, visitei sítios lindos, fui aventureira e a cereja no topo do bolo, adoptei o meu Marty Manuel, o pequeno pônei


No ultimo dia do ano dá-se atualização e passo a versão 5.0.

O mundo não estava preparado para uma Kiki em 1973 e continua a não estar para um kiki 5.0, e vocês? estão preparados para esta actualização do carai? 

A menina cujo o sorriso ilumina, como dizia a minha avó.

Sorriam sempre, mesmo que as lagrimas teimem em cair, porque só assim vale a pena, sorrir é o meu lema

Que 2024 seja um ano excelente para todos vocês 

sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Sou sustentável?

 A sustentabilidade está na ordem do dia, cada vez mais o mundo, as empresas, a população , os OCS, são bombardeados com este tema, tem reuniões para debater o tema, a minha questão é :

Será que somos mesmos Sustentáveis?

Será que as Empresas colocam em cima da mesa o tema?

Ou não passa tudo de uma moda, porque é porreiro e fica bem dizer que se é sustentável, ou simplesmente  se coloca do planos nas empresas porque fica bem no flyers, penso sempre que é mais uma questão de comunicação de marketing e não uma preocupação real, 

Como tal faço aqui uma pequena reflexão , que podem ou não concordar, pode ou não estar correta. 

No passado dia 16 Setembro estive numa iniciativa no CCB, a Cidade Zero, que não é mais que palestras, debates, workshops, showcookings e mercado, onde todo o tema anda a volta da sustentabilidade. Foram falados temas muito interessante sem duvida, mas o que eu vi ali?

Elites ao mais alto nível, ai somos muito sustentáveis, vimos para s feiras comprar produtos sustentáveis, mas vimos de carro.

ou como uma senhora que disse que apoiava muito a causa e que era super sustentável, e tinha vindo de bicicleta, e no final vejo-a a entrar num Ferrari, para conduzir, aposto que colocou a bicla no porta luvas, sim porque a sua bicicleta devia ser o porta-chaves.

Nada contra quem vai de carro, tudo contra quem mente em relação a isso, e mais uma vez digo e refiro, ser sustentável é uma moda, e é para uma elite, os produtos são caríssimos, ora num pais como Portugal, onde o fosso entre classes é cada vez maior, 70% da população esta preocupada em pagar contas e por comida em cima da mesa, não se pode dar ao luxo de andar a comprar produtos sustentáveis ou biológicos porque a pegada é menor.



Quando temos eventos palestra congresso, organizados e patrocinados, pela grandes empresas, onde o tema é a sustentabilidade,  quando a maioria das vezes essas empresas nada fazem em prol da mesma, e se formos analisar a questão a fundo até verificamos que podemos estar perante casos de greenwashing ( ide ao google ver o significado)

É aqui que entra o  proposito de ser sustentável, o que é isto? para que serve?

Na realidade muitos de nos dizem-se sustentáveis, mas compramos roupa ,sem necessitamos realmente, porque se formos ver temos imensos vestidos, ou calças e por ai fora. Sai um telefone novo e vai tudo a correr comprar,( 1.4 biliões de telemóveis são vendidos todos os anos) quando se calhar o nosso ainda estar ótimo. e por ai fora.(Menos de 20% dos telemóveis produzidos são reciclados.)

Se olharmos bem, todos podem ser  sustentáveis, todos é tudo uma questão da forma como olhamos.

As empresas, ora estas tem um papel muito importante, mas na realidade pouco o nada fazem, mas comunicação com ninguém. Tem departamentos inteiros dedicados a sustentabilidade, onde debatem,  comem canepés e por ai fora, mas pouco ou nada sai do papel.  Se olharmos imprimem sem necessitar, são incapazes de apagar uma luz quando terminam uma reunião, são incapazes de fazer uma simples separação de resíduos, usando um caixa do lixo, para por papel, que pode ser reciclado. isto é só um pouco de todo um iceberg que esta quase a implodir.

Neste momento já estamos a correr atras do planeta, e este está a passarmos a perna, e acreditem que somos nós que saímos a perder, a não ser que rapidamente consigamos encontrar um outro planeta , mesmo cheio de calhau ou mesmo cheio de pequenos habitantes verdes, para montamos lá um acampamento de humanos, para conseguirmos manter a espécie.

Eu sei que hoje o tema é escrito de forma mais seria, mas o tema assim o obriga.

Não temos de ser radicais, que ninguém pense que o plástico vai acabar, não, ele é necessário plástico de longa duração e não de utilização única. Tal como os eletrodomésticos, mas como consumidores temos o dever de exigir  mais das marcas que nos vendem as coisas, temos o dever de também nós dizermos basta e não adquirir produtos, onde não haja uma solução de arranjo.



Dou-vos um exemplo meu: a minha maquina de café ficou com o botão avariado, pois custava mais arranjar um simples botão que compra uma maquina nova, não obstante da minha maquina já ter mais de 10 anos, sempre funcionou na perfeição e tirava expressos maravilhoso. Como podem ver um por causa de um botão de start acabei por compra uma maquina nova. Bastava a marca em questão arranjar o botão e por exemplo informar que teria de comprar x cápsulas de café,ou outra coisa qualquer, há que ser criativo e assim até fidelizava o cliente.

São estas pequenas coisa, que analisadas com consciência e sem dramatismos, devemos exigir a tal consciência sustentável das empresas.

Por fim que isto já vai longo e vocês tem mais que fazer, deixo só esta frase

Não há estratégias para a sustentabilidade, e Sustentabilidade é a estratégia  

 

sábado, 5 de agosto de 2023

Caminhamos apressadamente, mas não nos levantamos

Depois do ultimo dia julho, entra agosto, e com ele as jornadas mundiais da juventude, doravante dignadas por JMJ. E com elas, vivemos intensamente e como muita emoção esta riqueza, que é a inclusão de todos, vivemos esta alegria, estampados nos sorrisos , nos rostos 

Muito se escreveu sobre estas JMJ, muito mais se vai escrever, a verdade é que apesar de todos os agoiros ei-la, viva, alegre na cidade que foi escolhida para abraçar, Lisboa. Rasgam vestes em criticas, porque coitados dos hotéis estão a meio gás, que os comerciantes não têm ninguém, que se gastaram milhões, que vamos todos pagar.

 

 
Pois bem, deixem que vos diga que se andei anos a pagar pela salvação dos bancos, com certeza que não me importo de pagar  pelas JMJ. Em relação aos hotéis, só quem não conhece o que são jovens peregrinos, o que são festivais de verão, podia julgar que os milhares de jovens vinham e iam ficar uma semana hospedados em hotéis de 4/5 estrelas. Lamento, mas nem dos 3 estrelas, estes miúdos vêm com os seu grupos de jovens, com os seus agrupamentos de escuteiros, vêm como peregrinos, vêm para dormir em escolas, em tendas, ficam em centros pastorais, mas não deixam de ser jovens e, como tal, trazem com eles a sua irreverencia, a sua alegria, que podemos testemunhar. E, como nos festivais, eles comem fast food. Se o meu filho vai para os festivais com os amigos acampa e comem massa com atum, arroz com salsichas e, sendo ele um privilegiado, porque pode estar 9 dias num festival de verão e até pode comer nos restaurantes, não o faz. Estes milhares de jovens que acolhemos fazem o mesmo, a diferença dos festivais de verão é que entre festas, há momentos de recolha, momentos onde se juntam e rezam, pedem perdão, ouvem a palavra de Deus, ouvem o discípulo de Pedro , Sua Santidade Papa Francisco.

As JMJ2023, fazem lembrar o jamboree, encontro mundial de escuteiros, também eles têm atividades, também eles levam a sua alegria, as suas esperança num mundo melhor, também eles rezam em varias línguas, em varias religiões.

Ontem depois de ter estado a um palmo de sua Santidade, momento que vivi com intensidade com fé, e alegria, tanta serenidade, que simplicidade este grande senhor nos transmite com o seu sorriso e sua alegria. Ouvi Sua Santidade a falar perante meio milhão de pessoas, nas JMJ, onde dizia que a igreja é para todos, todos, todos, pediu para que todos o dissemos em voz alta, cada um na sua língua, e juntos dissemos Todos, Todos, Todos! Que emoção, poder viver tudo isto, sou grata por tanto, quando dou tão pouco                                                                   

Mais uma vez o Papa, com a sua sabedoria faz chegar a sua voz às minorias, faz chegar a luz a quem vive na escuridão.


Aos olhos da sociedade eu não sou jovem, (tão errado mas já lá vamos), mas já o fui e ontem, no meio de tantos e diversificados jovens, recordei o tempo de grupo de jovens, também nós éramos irreverentes, também nós questionávamos, na altura, decisões da igreja e do próprio Papa João Paulo II. Éramos um grupo muto diferente entre nós, mas sempre amigos e hoje somos pais de jovens adultos, continuamos amigos, os nossos filhos são amigos, fomos padrinhos e afilhados uns dos outros, dos nosso filhos, também nós fizemos uma caminhada juntos, também nós fomos peregrinos, e ainda hoje o somos, cada um à sua maneira, cada um conforme pode.
Se nos dias de hoje não estamos tantas vezes juntos é porque as nossas vidas não o permitem. Foram anos de partilha em retiros, com os nossos queridos seminaristas,  cada um deles teve importância no nosso crescimento como pessoa. O Joao Pedro, hoje em dia já não é padre, o cónego  Luís Manuel, que já não se encontra entre nós, padre Luís, a irmã Inês, o Padre Carlos Azevedo, o Padre Dionísio , o Padre Gianfranco Bianco, o Cardeal Tolentino Mendonça, todos eles passaram pela Paroquia de Sto Antonio de Moscavide, todos eles, cada um a sua maneira nos tocou, e acredito muito sinceramente que todos nós, com as nossas diferenças lhes tocamos, e todos juntos crescemos na fé, crescemos como seres humanos.

Em relação ao jovem, lamento informar mas sou jovem sim, nos meus quase 50 anos , mantenho o meu espirito jovem, mantenho a minha esperança de jovem, mantenho o meu sorriso de criança que ainda acredita, e ontem eu fui mais uma vez essa jovem irreverente de 18 anos que sorrio a Sua Santidade quando ele passou por mim, que acenou, ontem fiquei emocionado ao ouvir aquelas palavras que me toscaram , como tocaram em muitos dos que estavam ao meu lado. Ontem estive com jovens espanhóis , italianos, vim com jovens do Líbano, do Tonga, que energia e inesgotável.

Agora há coisas a mudar no seio da igreja? claro que há, há que mudar muitas mentalidades incluído alguns membros do clero, mas o problema não é só a igreja em si,, mas sim, alguns membros da igreja, alguns radicais como há em todos o lado porque que cretinos existem em todo o lado, e como diz alguém , há por aqui muito "Cristofobia" palavra perfeita( como sempre foi assertivo) para descrever o que tenho lido por esta net fora, que é sempre rica em verborreia, e com as jornadas tem sido um mimo, a este nível.

Não nos iludimos, há muito caminho a fazer, porque quando o meu filho que toda vida quis ser escuteiro, vivia o escutismo, com alegria desde os seus 6 anos, me diz aos 20 que vai sair, porque a igreja nada lhe diz, que as homilias, são apenas palavras soltas, e a pergunta que lhe fiz, " mas deixas-te de acreditar? deixaste de gostar dos escuteiros?" responde não, eu sou católico, eu sou escuteiro, mas para andar nos escuteiros tenho de ir a missa, e é a missa é o que se diz na igreja o que se faz que não é para mim, nada me diz

Então eu digo-vos, meus caros é aqui que estamos a falhar

Quando filhos de amigos meus que até acólitos foram, saem porque, o que se prega não vai de encontro as suas duvidas as suas questões,

Então vos digo , estamos a falhar

Quando, por descordar da forma como se abordaram certos temas, quando se exprime uma opinião,e olhão de lado ,  criticam nas costas, sem tão pouco tentar saber o porque de  pensar assim , sem tentar saber o que se pensa na realidade, e apenas fazem suposições. 

Então afirmo, estamos a falhar, e ao falhar estamos afastar os nossos jovens, não estamos saber acolher. Abrimos as portas aos peregrinos, mas afastamos os nossos 

Não sou perfeita, nem quero ser, tenho muitas duvidas, ao longo destes anos procura resposta para todas elas, vivo para aprender, adoro aprender, e para isso escuto e observo, tenho tantos defeitos, o maior deles o coração enorme sempre junto a boca. Como católica procuro fazer o bem, quer no trabalho, quer junto dos amigos ou em família, erro tantas vezes, caio outras tantas, mas levanto-me e tantas vezes sozinha, tantas vezes caminho só, apesar de estar rodeada de pessoas, questiono-me se sou uma boa mãe, se fiz o certo, se ao agir de forma A ou B , estou a fazer corretamente, porque também aqui é uma aprendizagem constante, e tantas vez me pergunto se não estou a fazer tudo errado, outras tantas tenho a certeza que estou errada e mudo o rumo. Ora se eu sou capaz de o fazer o mudar o rumo, penso que cada um de nós também é capaz, porque não somos perfeitos, se o fossemos era um aborrecimento , tirava metade da piada desta coisa que é viver.


O que podemos tirar de tudo o que temos vivido?

TODOS; TODOS; TODOS

A igreja é de todos e para todos, porque só assim faz sentido, porque sozinhos nada somos, e juntos somos tanto, juntos podemos mudar, juntos podemos acreditar e vencer

Por tudo isto, temos de continua a ser peregrinos, 

Por tudo isso temos de nos levantar e caminhar, com os nossos Amigos, com aqueles que nos são importantes, porque ao caminharmos juntos estamos amar-nos, e o nosso coração é tão grande que podemos amar mais que uma pessoa, não vamos desperdiçar amor 

Façamos como Maria que se levantou e caminhou apressadamente 






domingo, 30 de julho de 2023

Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan.

 Está a fazer um ano que uma amiga respondeu a minha pergunta "de mascara? estas bem?"

"Estou , e vou continuar bem, apesar do cancro da mama", caiu tudo ao chão, tudo, mas caraças, íamos dar luta, íamos vencer aquele sacana que ousou tocar na nossa miúda. Sim eu sei que disse "íamos", porque na realidade isto não é uma doença que se viva sozinha, é uma doença de todos, é como a gravidez estamos grávidos, aqui é vamos dar luta, e demos, ou se demos.

A alegria, a força os sorrisos, sempre tiveram presentes, a medica delineou o plano, ia ser duro, quer dizer ia ser muito duro, do c#$#%&$ mesmo, é aqui nós entramos :Athos, Porthos, Aramis  prontos para a luta, que  D'Artagnam ia travar, jamais estaria sozinha





😀😀Eles foram jantares antes, durante e depois, entre gargalhas celebrávamos a Vida , mas principalmente celebrávamos amizade, os nosso épicos tik tok, não podiam falhar, recordo com especial carinho o da feira do livro, onde uma criança olhava para nós de boca aberta enquanto o gelado derretia  na sua pequena mão, 

Rapidamente chegamos a Dezembro e com ele umas das noites mais épicas de 2022, tínhamos combinado ir ver as luzes de Lisboa, foi no dia da São silvestre. Lisboa estava cheia de gente, uns a ver as luzes, outras ultimar as compras, outros que iam correr, outros que iam ver quem ia correr, e nós que fomos para comer e beber. Começamos na ginja depois atacamos os pasteis de nata, passamos pelos pasteis de bacalhau, vai mais uma ginja para empurra , chegamos rapidamente as tapas, onde nos deliciamos com um presunto e queijos espanhóis maravilhoso, mais uma voltinha, mais subida, mais uma luz, mais fotos e claro mais uma ginja( calma que não somos alcoólicos, foi ginja, porque é servida em copo de chocolate, e no fundo nós somos é gulosos, apenas celebrávamos a vida amizade e o Natal é muito isso) 
De repente estamos no Miradouro de São Pedro de Alcântara e ouvimos o anuncio da São Silvestre, e toca a descer até aos restauradores para assistir a partida, onde tínhamos amigos, inclusive, um vestido de pai de Natal, todo ele com luzes pelo corpo. E aqui ficou a promessa em 2023 vamos todos fazer a corrida de São silvestre, vão ser 10km de magia, Lisboa não esta preparada para tanto brilho , tanto glamour. Vamos correr\ caminhar, ao pé coxinho e até de gatas, mas vamos de Tutu, palavra Mosqueteiras. 
Acabamos a noite à conversa com um emigrante que vendia artesanato para poder ir ter com os filhos a Paris, um pouco surreal, mas demos um pouco de alento a este homem, afinal só queria falar e era Natal 

Em Abril recebemos a noticia que queríamos e que nunca duvidamos, estamos bem, tudo tinha corrido bem, claro que fomos comemorar em grande. D'Artagnan tinha mandado o  Richelieu para o caralhinho

Escrevemo-nos na Corrida da Mulher ,como forma de celebrar a vida, de tantas corridas que já participei, esta teve um sabor especial , foram os melhores 5 km de sempre, entre pulos sorrisos lá íamos fazendo km a km, quase no final chega a nossa Julieta( o Joao)  para  dar aquele Boost final que e D'Artagnan precisava.

D'Artagnan chegou cansado, mas feliz e acompanhado pelos seu Mosqueteiras e pela sua Julieta 

Entramos no verão e por motivos logísticos a praia só está disponível para D'Artagnan a partir de Setembro, pois então que seja em setembro, vai ser até o sol se por, se vai ser épico? obviamente que vai, 


Quase a fazer um ano dizemos com orgulho:

Uma por todos
todos por um

Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan. Familia

Ps: Aramis continua a ficar uma semana em cada de cada um dos Mosqueteiros ( sim é uma private joke)

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Os anos continuam a passar, sem eu os contar

 Mais um ano sem ti, se me perguntares quantos são? respondo não os contei, deixe de os contar, sei que mais um ano passa, sem ti.

Ficou tata coisa por dizer, ficou tanto abraço por dar....

Tenho a certeza que estas com o teu fato, sem gravata, a beber o teu whisky irlandês, a fumar as tua cigarrilhas e a ver-nos.

Nunca me conformei com o facto de não me ter despedido de ti, Nunca aceitei, o facto de me ter sido negado o meu direito como filha, de te dizer o quanto te amava, o quanto eu gostava de ti.

Papa, tenho saudade tuas, saudades das gargalhas.

Papá o Quico esta um homem, esta parecido contigo, ias ficar orgulhoso, vai para o terceiro ano de Engenharia Biomédica, sabes que tem um bigode como o teu? fica giro.

Papá, eu estou bem, gosto do que faço, tenho estudado, feito uns cursos, estou quase a fazer 50 anos, imagina um quarto de século a espalhar sorrisos e gargalhadas. Uma vez disseste "nunca deixes de sorrir , tens um sorriso que ilumina uma sala minha kiki" , pois digo papá nunca deixei de sorrir, mesmo quando estou triste, mesmo quando estou magoada,

Papá, de tanto que ficou por dizer, de todas as palavras ,que tive de engolir juntamente com o choro da tristeza, há umas que tenho de te dizer... 

Papá Gosto muito de ti Papá adoro-te, Papá serei sempre a tua Kiki

Hoje faz anos que nos deixaste, quantos anos são? não importa pois não? o que realmente importa é que já não estas entre nós, o que realmente importa é que não te disse o quanto eu gostava de ti.

Os anos vão continuar a passar ,e eu vou continuar a não contar, na esperança que a saudade , a dor acalmem, os anos vão continuar a a passar e eu nunca vou esquecer o nosso ultimo telefonema, nunca vou esquecer o sorriso da tua voz, Os anos vão continua a passar e vou continuar a não contar

Papá eu gosto muito de ti💫






terça-feira, 23 de maio de 2023

25 anos de Olharapos

 Fez dia 22 de maio, 25 anos de abertura ao publico da EXPO 98, um  marco no nosso país

O local escolhido, junto ao rio Tejo, foi excelente ,pois foi possível reabilitar toda aquela zona da cidade, antes era mais uma caixote lixo a céu aberto esquecido, entre quarteis, lixeiras, matadores, parque de contentores, venha o diabo e escolha.

Sob o tema dos Oceanos "Um património para o futuro"( já éramos uns visionários) , e claro os 500 anos dos descobrimentos, aqui podem bem levantar as maõzinhas ao céus, e a todos os anjos, por não existir a temática dos cancelamentos e rasgar de vestes, relativamente as coisa do passado. 

Esta mania de tentar anular toda uma historia, todo um passado, quer queiramos ou não ele existiu, é algo que me ultrapassa. Se houve coisas erradas? houve claro como em tudo, mas aconteceram, fazem parte da nossa historia como povo, e sim fomos aventureiros, sim fomos em cascas de nozes para o mar na procura de outros mundos, sim escravizamos, sim fizemos um sem numero de merdas erradas, mas também fomos os primeiros abolir a escravatura, a pena de morte.


Boom, avancemos no que realmente me leva a escrever, os 25 anos de Peregrinação, e não é a de Fatima, mas sim um espetáculo que acontecia todos os dias ao entardecer, onde criaturas gigantes deambulavam pelo recinto, onde um rinoceronte vinha do rio, com figura mitológica.


Enquanto saltitávamos de pavilhão em pavilhão, deambulavam os Olharapos, bichos irrequietos, feitos de ferro, alguns esguichavam agua, outros lume, por vezes uns faziam bolas de sabão, qual o significado?, não sei, não perguntem.



O famoso teleférico que nos transportava do lado sul, para o lado norte, ou vise versa, de onde ecoava o famoso grito tribal  OHHHH ELSAAAAAAAAAAA( nada me tira da cabeça que foi depois da expo98, que surgiu a ideia de criar uma princesa do Gelo chamada Elsa, a Disney viu todo um potencial neste nome). Também há quem jure que durante a pequena viagem, chegou haver uns amassos e uns beijos trocados, eu não sei de nada pois não vi.


A  noite tudo fica iluminado com o espetáculo final Aquamatrix, onde com todo um malabarismo se explicava qual seria o futuro próximo, dos oceanos e do planeta se não começássemos a cuidar dele, digamos que 25 anos depois esta tudo pior, uma vez que ninguém ligou. Porque como todos   sabemos, festa é festa e a malta quer é copos, e se a nossa cerveja é especialista em festas, (mas isso é outro assunto , pois o que se passou na Expo 98 vai ficar na expo 98.) e ninguém ligava muito ao que estava acontecer com os oceanos, o seu aquecimento, a subida dos mesmo, e agora choram cada vez que acontece uma intempérie. Malta nós aqui no pequeno retângulo, a beira mar plantado , bem avisamos, vocemesses não ligaram um cu.

Se houve coisa excelentes durante todos estes meses onde o " logo encontramo-nos no café as 21h" ganhou todo un outro significado, uma vez há 25 anos atras a maioria de nós tinham terminada a licenciatura, outros já estavam no seu 1 emprego e havia ainda 3 loucos que quiseram fazer parte desta aventura por dentro, tínhamos o Dani na porta Norte, o Pedro na porta do Sol e o Miguel na porta Tejo, ficou-nos a faltar um na porta Sul, tínhamos toda uma teia de contatos, metida dentro da expo. Na realidade foram meses onde além do nosso spot noturno ter mudado da taberna habitual, para a expo,( Obviamente que tínhamos todos comprado o passe de 3 meses que depois foi prolongado por mais um mês) com também podemos assistir a enumero espetáculo fabulosos, claro que os Delfins não entram no rol de coisas fantásticas, foi sim e só apenas um erro de casting, que devemos perdoar, afinal já passaram 25 anos( mas deixou marcas, ao nível de não conseguir olhar para a baia de Cascais da mesma forma, claro que ver o nosso celinho lá sentado com o seu calção azul , também não ajuda, mas adiante)


Não posso deixar de falar nos vulcões, que ainda hoje fazem as delicias do Parque. Na expo98 eram um dos ex-libris, e no verão que foi quente lá nos colocávamos debaixo , para levarmos um banho quando  este entrava em erupção, já não me recordo de quem foi a ideia, mas foi simplesmente magnifica, e tão magnifica que ainda hoje toda alameda dos oceanos tem os seus vulcões.


E o Gil? esse grande navegador que dobrou o Cabo Bojador em 1434 e abriu novas portas ao desconhecido? Não, falamos mesmo na mascote da expo 98, o nosso Gil, que mais não era que uma onda da canhão da Nazaré, já naquela altura apostávamos tudo naquele potencial turístico, que é surfar as ondas da Nazaré. O próprio Mcnamara depois de ver aquele cabelo do Gil, tão anos 90, pensou " que me caia aqui já o Cap azeiteiro se eu não vou surfar aquelas ondas" e assim fez.

Já o nosso Gil , dava as boa vindas  aos visitantes, sempre de abraços abertos para nos abraçar e convidar em proteger um patrimônio único do mundo que são os oceanos.

E assim já passaram 25 anos, onde se reaproveitou e qualificou toda uma zona, que era marginalizada, feia e suja numa das zona mais caras de Lisboa, onde existe um parque de lazer , um centro de exposições e espetáculos, onde as grandes empresas nacionais e internacionais tem as sua sedes, ou delações.

Até aqui demos cartas em relação a Sevilha, damos 10-0 ao nível de todo uma gestão e planeamento do próprio espaço

Chupemm  

quarta-feira, 17 de maio de 2023

Cancelamento versus indignação musicais

Quase a fazer 50 anos, olho para trás e vejo as musicas que cantávamos no colégio, juntamente com as irmãs vicentinas, e penso éramos tão felizes e mal sabíamos a espiral de loucura que ainda íamos ter de atravessar. 

Hoje em dia qualquer ai, ui é motivo para qualquer ser humano ser bloqueado, cancelado, com a pandemia essa malta emergiu das grutas e estão uns doidivanas, que até os livros do Cincos foram cancelados. 

Essas letras vistas aos  olhos de 2022 olhos de chalupas, eram cancelas na hora, após muita indignação via twitter, obviamente a rede do demónio teria um papel predominante, na indignação e no cancelamento 

Então vejamos a primeira, (São tantas, que não vou poder falar de todas, falo das que mais significado tem porque eram as que a irmã Luísa cantava sempre)

Eu perdi o Dó da minha viola: Sendo  uma musica literalmente pós 24 Abril, todos os que cantavam eram camaradas, pois o refrão diz claramente é bom camarada é bom camarada, aqui vinham os chalupas gritar e bater no peito que estavam a doutrinar as crianças. Eu perdi o dó da minha viola, dormir é muito bom, além de comunas são preguiçosos, e por ai fora

A saia da Carolina: Aqui a Carolina tem um lagarto pintado na saia, as paginas tantas diz a letra tem cuidado ao Carolina que o lagarto dá ao rabo, uiii um lagarto que dá ao rabo numa saia tem tudo para sair gritos de zoofilia, depois o lagarto fica encarnado (tudo isto numa saia, aqui as hoste futebolísticas lançavam petardo para defender a honra minada do lagarto, pois todos sabemos que os lagartos são verdes, e a malta do lado errado da  2 circular hiperventila, se lhe tocamos no bicho.

Não contente com este versos, continuam, "a saia da carolina tem um barra encarnada tem cuidado ó Carolina que a saia sai rasgada", não basta a Carolina ser daltónica e dizer que o lagarto é encarnado como também é uma grandíssima vacarrona, pois anda com a saia rasgada. Ora esta letra só por sim era coisa para ser declarado guerra mundial ao nível da redes sociais   


Temos as pombinhas da catrina, estas eram uma galderias que andavam de mão e mão ,depois de enfardarem milho do pombal do São Joao, acabaram na quinta da Rosalina, como eram pombas tinham asas e sendo assim não paravam quietas as bichanas, mas esta letra tem outro sentido, por entre a quinta da Rosalina a criatura, a Catrina, foi a fonte e partiu a cantarina, obviamente que deu merda, porque ouviu logo da mãe, a ladainha de sempre "  "mãos de manteiga" " Cabeça de vento"


Agora atentem no resto dos versos:

Se tu és o meu amor,
dá-me cá os braços teus,
se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus.

Por ser o pombal tão estreito,
e asas termos pr'a voar,
nós voamos com tal jeito,
que não queremos já voltar.



Isto nada tem a ver com pombas pessoas, isto é toda uma ode á pouca vergonha, já deu para ver o porquê da vaso se ter partido na fonte, obvio que a Catrina não ia dizer a mãe, que tinha partido aquilo porque estava em a verificar a espessura dos bíceps do Manuel 

( não esquecer que estamos  a falar de letras antes 25 abril, que foram cantadas depois do 25 abril, no colégio cantávamos estas musicas de esquerda caviar, de referir que andava num colégio de freiras, na altura  não eram dados ao 2 sentidos das letras, que todas elas eram gritantes)

Não podia deixar de falar do gato que coitado estava sempre a levar com o pau," a D. Chica assustou-se com berro que o gato deu", Mas queria o que? levar com um pau e aposto todas as fichas, em como era de marmeleiro, no lombo doí. Ora esta musica, vista através dos nossos olhos hoje seria  impossível, vinha o PAN, o IRA(não o irlandês), vinham as carpideiras das redes socias, era toda uma indignação coletiva porque não se faz mal aos animais, porque esta musica é um apelo a violência, é coisa para por as crianças a ter seções de terapia 



Em bom rigor, toda esta musica é um atentado ao bem estar animal, visto aos olhos de hoje em dia, mas como todas as musicas daquela época, e há muitos mais tesourinhos, deve ser visto , olhado e entendido, como musicas escritas  em época de ditadura, outras com pouco tempos em democracia.

E como refiro as musicas, ou os livros, e outros temas que devemos olhar á época, julgar , apontar o dedo é fácil, o que já parece difícil é aceitar as coisas como eram á época, pensar e calçarmos os sapatos dos outros.


sexta-feira, 12 de maio de 2023

E tudo o Nabão lavou

 Conversa , puxa conversa entre colegas de trabalho, assim meias tresloucadas como eu, surge a ideia peregrina de fazer a descida dos rápidos do Nabão, não se trata de um campo enorme de nabos, mas sim o Rio Nabão que vai até Tomar.

Entre trocas de e-mails para saber quem vai e marcar, como bons portugueses que somos, a pergunta foi logo "E almoço?", mais uma logística, nada que a nossa Carla não desse a volta habituada a que ela esta nessas andanças, lá se reservou tudo , com almoço no final.

Nem demos pelo tempo avançar e hei-nos chegado ao dia 22/4. Tinha chovido dois dias antes,( o que nos fez temer um pouco)e o dia acordou  meio tristonho, com nuvens , nevoeiro, um frio de primavera, nada a temer e lá arrancamos para a praia do Agroal.

Fui a primeira a chegar, um frio, que me fez desejar ter trazido uma manta polar, um chocolate quente, quiçá uma botija agua quente. Começam a chegar pessoas, que não são do grupo, pensei será que também vão? naaaa, bem enganada estava, mas já lá vamos.

Lá chega toda a malta, dá-se um piqueno briefing, uso do colete, o calçado o percurso, até aqui tudo de bem, lá  rumamos a praia,  e é dado um pequeno apontamento,uma nota sobre como travar( e aqui é realmente muito importante, porque o saber virar na hora certa, evita ficar cravada de silvas, qual Cristo pregado na cruz com a coroa de espinhos, ou  ir encontro a tronco do demónio, que resolveu lá ficar plantado, só para me lixar a vida)


Equipas feitas e diz o monitor\Guia " é sempre em frente, nada temam, o rio encaminha-vos até lá, vemo-nos na chegada".
Aqui começa a verdadeira aventura, se eu já tinha entrado ou entrado dentro de um caiaque/ barco? já, barquinhos do Campo Grande, e não comecem com historias, porque quem consegue fazer aquela curva a primeira ,sem matar 2 ou 3 patos e sem bater na margem ficando atravessado no canal, cortando o acesso a que miúdos andem aos beijos envergonhados, entre aquelas arvores, consegue tudo.

No fundo como iram ver é todo um BBC Vida Selvagem



Claro que navegar na  barragem da Sta Luzia,  também conta, se são aguas calmas? não confirmo , nem desminto. Lá vestimos os coletes e avançamos primeiro erro, usei meias que uso para a prancha de Sup Padell, são excelente para me equilibrar em cima daquela gerigonça, péssimas para rio com pedrinhas, que mais parecem dentes esfaimados de Piranhas, mas vá adiante, segundo erro, não levar a Gopro, presa ao pulso, ao pé ou noutro sitio qualquer, a dado momento  pareceu ideal a alça do bikini, pareceu ótima para prender a porra da maquina, de forma a não andar no meio do rio a nadar atrás de uma maquina fotográfica.

Primeira curva feita, sem virar o barquinho, lá seguimos, em fila, as outras pessoas que não eram do grupo ,afinal também vinham connosco , mas esses a ver pela forma como rapidamente desapareceram do meu horizonte, fizeram batota e activaram um motor na ponta da pagaia, só pode.


Como referi tinha chovido , nos dias que antecederam a descida e assim o rio tinha um caudal  maior e havia muito limo, ora volta e meia lá ficava enfiada numa sopa de agriões, e foi aqui que se deu o primeiro Gif, estou eu a tirar fotos as colegas que iam a minha frente quando ouço alto em bom som" rema agora c££€§, para a esquerda, ora quem me conhece sabe que:

1- Sou totalmente descoordenada

2- tenho dislexia agravada, eu acho que já vai mais em alzaimer . Devia ter antes gritado "rema para a TUA esquerda", como não foi isso que aconteceu, quanto tentei corrigir a trajectória, era tarde de mais e lá estava aquele tronco que ia quase até meio do rio, cheio de silvas, ainda tentei com a pagaia bloquear aquele ataque de madeira, qual karete kid, mas o mal estava feito, ia ficando sem cabeça. Caiaque virado tudo na agua, a Simone ainda grita " olha a pagaia" isto porque não podíamos perder a dita, uma vez que necessitamos da gaja, para remar até ao final, ou então era levar o barquinho as costa ou a nado, durante os 9 km

Obviamente que o meu primeiro pensamento foi, que se lixe o remo, eu quero é a Gopro, com o rio um pouco turvo, nada vejo, soltei uns impropérios, quando vou a nadar buscar a pagaia, lá ia a maquina a boiar alegremente, consegui apanhar ambas , trepei para dentro do banquinho e lá seguimos viagem, sem mais sobressaltos, apenas uns arranhões das silvas.

Tivemos de parar todos, inclusive a malta do motor, pois faltava umas colegas nossas,  não avistamos ninguém, a segunda monitora, pediu para esperamos um pouco que ia ver onde andavam, Os gajos do motor na pagaia também queriam ir, não gostavam de estar parados, a minha maltinha preferiu ficar a trincar bolachas, há prioridades sempre bem definidas 

Chegada das nossa miúdas e lá  arrancamos todos para açude, onde tivemos de contornar uma arvore e encostar tudo a direita e ficar a espera agarrados as pagaias uns dos outros, para não irmos com a corrente. foi um momento fofinho.


Aqui comecei a rezar, eu e as alturas não nos damos bem politicamente, tínhamos de sair do caiaque, e descer uma escadas, onde levamos com agua em cascata nas pernas, agarrada a uma corda, que os turbo Men já seguravam ( como é que desceram, sendo que tinham de ser 3 agarrar a corda é algo que me fez confusão) chegando a nossa vez lá remamos devagar ate ao sitio, para apear e começar a descer as escadarias do demônio, não levamos o caiaque as costa, se bem que a ideia seria épica, não, o barquinho foi literalmente atirado borda fora pelo açude.

Agora imaginem um Gif descoordenado, com pavor de alturas, a descer umas escadas cheias de limo, musgo ou coentros, o que quiserem chamar , era verde, esse Gif era eu ,agarrada a uma corda, se balancei? o que se passa no Nabão, fica no Nabão, mas cheguei ao fim onde fui agarrada pelo turbo men, para não experimentar a temperatura da agua 


Na realidade eu não testei a temperatura da agua no lombo, mas a minha colega experimentou com toda a magia, foi épico, soltamos gargalhadas animadas


Chegados aqui, foi feita uma pausa , não com kitkat, mas com perâs e bolas maria, confesso que nesta altura,eu já mamava fácil um leitão no espeto, foi bolacha mesmo que comi, e soube igual ao leitão, com o molho picante e tudo.

Migalhas limpas e lá vamos para a 2 parte do percurso, aqui o monitor empurrou o nosso barquinho contra o rochedo, a ideia não era espetar o focinho do mesmo, mas virar antes de embater, de modo apanhar a corrente e descer pelo rápido certo, sem vazar uma vista ou acabar com um peixe na boca, Missão cumprida com sucesso, sabe lá Deus como, mas não vamos questionar ajuda divina, aqui nesta parte temos que remar com mais força, a atenção tem de ser redobrada, tal como a coordenação de movimentos, obvio que comigo tem tudo para correr mal ao nível dos  movimentos, de tal forma que acabei por virar o caiaque ao contrario e assim conseguir a proença de remar e descer dois dos rápidos de costa, mas com uma elegância, digna de uma princesa. Vamos lá ver, se é para ir , então é para ir com estilo.

As duas por três ficamos enfiados nas liana do Tarzan,  vem na minha direção o barco da Dani e Simone, contra nós, ficamos encostados ainda mais aos troncos, e quando estamos a sair somos abarroados pelo caiaque dos paulos,   o meu caiaque entalado entre os outros dois vira, charco com a menina, foi uma queda, digamos bonita, porem aparatosa, no meio da floresta tropical , deixei de ver o Miguel , os outros seguram caminho, numa espécie de  trailer digno de Darwin e a sobrevivência da espécie humana( como referiu o P.André, quando tentou ajudar o Miguel)


Pagaia vai, pagaia vem, lanço-me num mergulho, encarpado com um flick flak à retaguarda para apanhar a dita que já ia na loucura da corrente        ( bitche), pagaia capturada numa total cena relatada por David Attenborough .

E chegamos a parte emocionado do dia, tentar subir para dentro do caiaque com agua a meio do tronco, apos queda dentro de agua, foi toda uma aventura, entre gargalhadas, e tentativas de trepar para cima da proa, ao ponto de eu dizer" ok não se preocupem, eu levo o barco debaixo do braço, antes isso que partir toda uma dentição". O monitor a rir tira fotos, e  lá encosta o barco ao meu, puxa-me pelos braços e é toda um piquena lontra a deslizar graciosamente para dentro do caiaque, pronta para remar até ao frango assado. lá seguimos 

Chegamos ao fim da nossa aventura, entre risos, e muita fome,  fomos comer leitão com batatas fritas, os hater's vem dizer que era frango de churrasco


 O sorriso fala por si, foi um dia maravilho passado entre colegas de trabalho e familiares 

#SomosDeco



segunda-feira, 3 de abril de 2023

Chalêee

 Três anos depois voltamos ao dunkin donuts do monstro das bolachas, as tapas e tinto verano, Chamarem tinto aquele refresco, é fazer o Deus Baco bater com as fuças no tumulo, e tudo o que é taberneiro Tuga gargalhar, mas adiante, levamos  nós o vinho, e o assunto fica resolvido.

Quando aqui estivemos em Fevereiro de 2020, mal sabíamos nós que quinze dias depois íamos fechar ao mundo, e todo o planeta ficaria confinado,  a fazer pão, desenhar arco íris, fazer danças estranhas na janela( don´t ask) com escassez de papel higiénico a nível mundial, ( aqui esta um fenómeno que nunca percebi muito bem, a corrida louca ao papel higiénico, relembro que três anos passaram, e o meu vizinho do 2 andar, ainda tem na varanda uma prateleira com varias embalagens) . Bem, dizia eu, que tinha estado de ferias na neve em 2020, pois que voltamos três anos volvidos, voltamos mais gordos, mas velhos e mais parvos, mas isso também faz parte do nosso encanto, principalmente do meu,  não voltamos sozinhos, o Marty Manuel foi connosco ( para quem anda distraído Marty Manuel, ou como é conhecido por nós, Sua Alteza Real Lord Marty é o nosso cão, na realidade é o verdadeiro dono desta porra toda)

Se da primeira vez ficamos em Granada, num hotel todo xpto, desta vez optamos por ficar na vila num Chale  de montanha, um apartamento maravilhoso a fazer lembrar, os chalés dos Alpes, daqueles onde morava a Heidi e o Pedro, (onde Clarinha prima da Heidi foi- se lá meter para estregar todo aquele ambiente romântico do pequeno pastor e da menina do avô)Tivemos um reação maravilhosas com chocolates, até sua Alteza real teve direito a biscoitos. Sem duvida uma aposta ganha 


Só vejo vantagem ficar mesmo na Serra Nevada, estamos perto dos teleférico, vimos a casa almoçar e fazer xixi, caso seja necessário, é toda uma animação pós ski, com os bar a encherem-se de gente, boa musica, enfim é toda uma animação. A desvantagem, sim porque isto não pode ser tudo azul com balões e flores, tem de haver um se não, aqui são os espanhóis, épha que povo tão surdo, sim devem ser todos surdos, atendendo ao volume com que falam, ou melhor dizendo com que berram. Este povo parecem exortados em corno de cabra maltês, tal é a berraria. tirando o volume, são um povo simpático, já para não falar daquele presunto pata negra com 24 meses de cura, bailhameZeus que maravilha, depois olhamos para o pão deles, e percebemos o porquê do nosso Afonso Henriques ter arriado na mãe que andava a comer um fidalgo espanhol, e o porquê de ter sido uma padeira a correr com os espanhóis á paulada desta terra, mas que merda de pão aquela gente come.


Mas vamos ao que interessa, a menina foi novamente esquiar, e aqui começam todo um meme, ou quiçá um gif. Começa logo com a roupa, 1 camada? não, vai é mesmo de t-shirt, ainda levei a térmica que foi só fazer turismo, 2 camada? nem pensar vestir um polar, com este sol vou assar qual frago de espeto, Vestir as calças e calçar o demônio das botas, porque é que não é tão mais fácil de calçar como as sapatilhas? oh bicho mais difícil de calçar, mas tarefa concluída com sucesso e na base de muito vernáculo. Andar com aquilo no piso normal , é todo um senhor Sempre em pé do Noddy,   mas não vamos falar  disso porque não há vídeo, não há fotos, não esta na net, logo não existe ( espero que não haja por ai filmes da minha caminhada até ao teleférico).

Se não sabem deviam saber, eu detesto alturas( sim, já fiz montanhismo, não me faz confusão, mas andar em teleféricos a historia é outra) mas se queres esquiar, ou simplesmente beber,  uma cerveja a 3000 metros de altitude, tens de subir até lá acima, sendo assim, aqui a criatura lá vai a entrar e quase que se esbardalha toda, quase que vasa a vista ao senhor do snowbord, com um dos skis, (aquelas cabines são estranhas, não param) risadas e pedidos de desculpa em espanhol, lá seguimos naquelas caixas de nozes, chegado lá a cima, começo a subir até a minha zona de confronto, toca de colar as botinhas presas no skis e começar aventura, começo um pouco a medo, mas rapidamente começo aventurar um pouco mais, para travar , sim convém saber o básico nomeadamente travar, se assim não for, é coisa para rebolar pelo rio a baixo, fácil fácil, e com a sorte que me acompanha sempre, provocar toda uma avalanche.

Sendo assim, ou fazes a cunha, ou começas a travar em paralelas que cansa menos, agora digam-me vocês, eu que sou uma pessoa toda descoordenada a travar em paralelas, é quase como ver um símio a fazer surf, Mais depressa o símio fazia surf. Na realidade é que consegui, sim pessoas mai lindas do meu blog, eu CONSEGUI fazer as paralelas, fiquei obviamente muito feliz. Mas como diz o ditado, não bela sem senão , lá fui lamber a neve, não aconselho, é muito fria e as beiças ficam coladas. Como dizia fui ao chão porque começo a esquiar em brincadeira, de costas, e de repente a velocidade aumenta o que faz uma pessoa normal? trava, como trava? cruzando os skis a trás, como faz a kiki? tem uma branca e esquece como é que devia trava e vai dai , atira-se para o chão, não fosse ir contra  algum esquiador qualquer vasar lhe as ventas 


Outro drama, são as luvas, senhores luvas é algo que enerva, se temos de usar ? sim temos, se dá jeito? não, não dá, porque as mão ficam transpiradas e tiramos as luvas pumbas, já é um drama para voltar a vestir as mesmas,(Nota Mental comprar uma luvas numero maior.), ativei o meu modo prática e esquiei sem as luvas mesmo.

Se foi bom? Foi magnifico, o meu Marty adorou, lá terei de voltar, porque alguém tem de dar algum glamour aquelas gentes 




Até Janeiro  quiçá  dezembro

Isto nem para coser meias esta bom...

A pessoa tenta colocar uma linha na agulha, e já não passa sem por os óculos, e pensa porra, não esta mesmo de feição. Sendo assim vamos lá ...