O mês por excelência das ferias de verão termina, num fim de semana farrusco e fresco, como se adivinhasse que setembro estava a bater a porta. Mas se acham que o verão acabou , muita calma nesta hora pois ainda não é altura de deitar toalhas ao chão.
O verão não terminou, o que terminou foi as pessoas na praia, o que a meu ver é uma mais valia sem preço.
Porquê? vamos então debater este drama veraneante, este síndroma do quentinho, da conchicha...
Disclaimer: das poucas coisas que eu gosto é ir a praia, estar só a existir, conseguir ouvir o mar, ler o meu livro, se tiver com amigos conversar, nadar, quiçá jogar tênis de praia
Assim, o que se quer da praia é tudo menos, o síndroma do colinho, que ataca os veraneantes nos meses de verão, acho que o instituto de doenças tropicais deveria investigar, porque está moléstia que os ataca, só pode ser transmitido por um bicho cabeludo qualquer. Senão como é que explica a imagem - legenda: casal do guarda sol com as sua toalhas, levantam-se para ir a agua, chega o espécime que foi mordido pelo tal bicho cabulo e vai de encostar tudo o que é chinelo, mochilas, boias, toalhas lancheiras, as toalhas do casal...- dizer que a praia estava vazia, havia imenso espaço, mas não, tinham de se encostar aos pobres senhores, que quando chegaram da agua, tinham toda uma feira montada as portas da seu pequeno cantinho.
O que pensará o tico e o teco desta espécime, para num areal enorme, achar que o sitio ideal é estarem colados alguém que não conhecem de todo?
Costumo chamar a isto o síndrome do quentinho, amores estamos no pico do verão já está calor suficiente, chega-te para lá , ou o síndroma somos todos família, queridos família o caralho( desculpem o vernáculo) para família já basta a minha que não é fácil, que é enorme, e acreditem vocês não querem entrar neste submundo que é a minha família , ou então o síndroma do colinho, filhinhos arranjem terapia, psicólogo, um divã para falar do que vos atormenta, mas por Deus larguem as toalhas dos outros.
Aquela famosa frase, olhamos e não julgamos eu digo, aí julgamos sim, em silencio mas julgamos esta foto tão típica de verão. Desta feita um grupo de amigas a conversa e do nada vem toda uma família de campistas, ele eram chapéus, cadeiras de quem tem um avançadinho, toalhas e até um para vento saiu daquela mochila Quechua, depois ficam admirados que os nuestros hermanos lhes espetem com elevadas multas, pela ventas a dentro.
Alguém me disse, " Há imensa gente nas praias, já não estou habituado, estou um burguês" Não há mal algum em ser burguês, alias no que toca ao tema praia, toda eu encarno a realeza inteira. Não é ser burguês, o que não temos é paciência para esta moda em que do nada estamos apanhar do sol e quando nos viramos temos um pé a entrar pelos olhos a dentro. Por falar em pé sabem que há mínimos olímpicos certo? pois no que toca a pés na praia tambem, cortem as unhas, nem tem de as pintar, basta só cortar a unha apesar de usarem aqueles chinelos de borracha, acreditem que dá logo um ar de lavadinho. Não é ser burguês é só não olhar em frente e dar com rabos, até podem dizer espera lá, depende do rabo, não depende não, não interessa se é um rabo tonificado, ou um rabo mais flácido, ou um rabinho mais cheio, é irrelevante que tipo de rabo é, porque é um rabo que não nos diz nada e que esta na nossa linha de visão, quando o que devia estar é areia e mar.
Se ser burguês é quer estar na praia só a existir, a ouvir o mar, a ler, então eu sou uma burguesa.
Assim meus burgueses mai lindos, nada temam, porque as praias não estão fechadas, ainda não é altura de deitar toalhas ao chão, o verão não acabou, o que acabaram foi as pessoas na praia